Estudantes dizem que se organizam para limpar salas de aula. Segundo Secretaria Estadual da Educação, diretoria de ensino deve encaminhar mais funcionários para melhorar atendimento

Pais e alunos de escolas estaduais das zonas Norte e Leste de São Paulo reclamam da falta de funcionários para fazer a limpeza dos ambientes. Os problemas estariam acontecendo desde o retorno das aulas presenciais por todo o estado, em fevereiro.

Segundo os alunos da escola estadual Professor Augusto Ribeiro de Carvalho, existem somente dois funcionários para realizar a faxina dos dois prédios, e os próprios estudantes estariam fazendo a limpeza das salas de aula.

Para denunciar a situação, eles criaram, em março, um movimento nas redes sociais. Fotos tiradas pelos alunos mostram lixeiras dos banheiros lotadas, os vasos sanitários sujos e o piso branco coberto de manchas.

As instituições são geridas pelas Diretorias de Ensino Região Norte 1 e Leste 5.

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que a Diretoria de Ensino Norte 1 já realizou reunião com a empresa responsável pela limpeza das escolas citadas. Segundo a pasta, a diretoria de ensino se comprometeu a encaminhar “mais funcionários para melhor atendimento das unidades”.

‘Um cheiro muito forte e insuportável’

Também na Zona Norte, a escola estadual Professor Walfredo Arantes Caldas, além de poucos funcionários para a faxina, também estaria desabastecida de materiais de higiene e limpeza, segundo relatos de estudantes.

“Banheiros com um cheiro muito forte e insuportável. Você só vai porque precisa mesmo, e em último caso. Também não tem sabão e papel para lavarmos e secarmos a mão”, disse um aluno do 3º ano do ensino médio matriculado na instituição.

A situação é semelhante à retratada pelo aluno João Victor Antônio, da escola estadual Professor Moacyr Campos. “Muitas salas de aulas são sujas, temos mais ou menos 16 salas em 2 corredores. Com a quantidade de funcionários que temos, elas acabam não dando conta”, disse o estudante.

Em um vídeo gravado por João Victor, o chão do banheiro dos alunos na unidade aparece coberto de manchas.

Procurada pelo g1 para falar sobre o problema, a secretaria informou que “não procede a denúncia de falta de funcionários de limpeza na Escola Estadual Moacyr Campos”.

Segundo o órgão, “a Diretoria de Ensino Leste 5, gestora do contrato, esclarece que a prestação na unidade está a contento, com um número de funcionários considerado adequado, bem como entrega regular do serviço”.

Falta de limpeza em 2021

Em outubro de 2021, alunos de escolas estaduais da Zona Norte de São Paulo e de Guarulhos, na região metropolitana, tiveram que voltar ao ensino remoto na semana em que as aulas presenciais se tornaram obrigatórias em todo o estado devido à falta de funcionários de limpeza.

Segundo o governo do estado, as empresas responsáveis pela limpeza nas unidades de ensino (Shalom e Star Clean) não realizaram o pagamento dos funcionários com o dinheiro repassado. A pasta informou que ambas estão impedidas de licitar por dois anos.

G1 / Foto: reprodução