Dona Maria cursou o ensino médio na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) por dois anos. Em sua última prova, ela alcançou a nota 7,5 — e se formou com direito a comemoração em uma pizzaria com a família 
 
 
Diz que nem ela acreditava que conseguiria conquistar o diploma do ensino médio. “Mas eu consegui e todos ficaram muito felizes, até mais do que eu”, conta. Ela diz, ainda, que quer fazer faculdade de teologia. “Quem tem estudos tem tudo. Quanto mais, melhor. Planeja fazer faculdade e se formar em teologia.”
 

 

Maria teve que abandonar os estudos ainda jovem pra ajudar a cuidar da família. Hoje, recém-formada, já planeja cursas a faculdade. “Nunca é tarde para realizar seu sonho.” Essa foi frase que Maria Pereira da Silva repetiu para si após sua mais recente conquista: a conclusão dos estudos. Aos 89 anos, a idosa decidiu que era hora de se matricular no Grupo Educacional Ceped, do Recanto das Emas, para terminar de cursar o ensino médio.
 

Na quarta-feira (28/3), aos 91 anos, fez sua última prova e se formou. Ela já está até planejando os próximos passos: pretende fazer faculdade de teologia.
 

A trajetória para voltar às salas de aula foi longa. Maria teve que abandonar os estudos ainda jovem. Quando criança, deixou a casa onde morava, no Rio Grande do Norte, e partiu com a família para trabalhar em fazendas de Goiás.
 

Hoje, a conquista e alegria da idosa podem ser compartilhadas com seus 11 filhos, 28 netos, 48 bisnetos e três tataranetos. Um dos netos, Adriano Steffanni, 37 anos, comemora o sucesso da avó – que, segundo ele, sempre foi muito estudiosa.

“Ela é uma mulher forte e inspiradora. Leitora assídua da Bíblia, sempre incentivava a gente a estudar. Espero que seja exemplo para quem acha que existe idade certa para se realizar um sonho”, disse Adriano.
 

Segundo o neto, um dos principais apoiadores da avó, foi durante uma conversa com ela que a ideia surgiu. “Eu toquei no assunto como quem não queria nada, e ela se empolgou. Ficou me pressionando para saber quando eu a matricularia na escola. Me perguntava se ia acontecer ou não, quando que eu ia resolver a situação”, contou, rindo.
 

Maria também é motivo de orgulho para quem contribuiu diretamente na realização do sonho. Professores e funcionários da escola destacam o interesse da idosa pelas aulas. Em quase dois anos de curso, ela só deixou de ir ao colégio duas vezes.
 

Fonte: Metrópolis