Categoria está há sete anos sem reajuste de salários

O vereador e diretor regional do Centro do Professorado Paulista (CPP) de São Carlos, Azuaite Martins de França, expressou a indignação dos professores da rede estadual diante do anúncio feito pelo governador João Doria de que pretende destinar abono – não incorporado aos salários – à categoria que não tem reajuste de vencimentos desde 2014.

Doria fez o anúncio durante uma aglomeração promovida no Memorial da América Latina, que reuniu mais de mil educadores, num ato de caráter político no Dia do Professor. “Um presente de grego como é típico deste desgoverno paulista”, disse Azuaite. “A medida é eleitoreira, o abono não será incorporado aos salários e não beneficiará os aposentados. A continuar dessa maneira, daremos nossa resposta nas eleições”, acrescentou.

A seu ver, o governador faz uma encenação ao dizer que destinará R$ 1,55 bilhão para o pagamento dos professores, quando na verdade ataca o funcionalismo estadual como um todo, precarizando a educação e outras áreas. Além do mais, pela proposta serão utilizadas verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação Básica (Fundeb), que prevê a obrigatoriedade de Estados e municípios de destinar 70% dos recursos do fundo para o pagamento dos profissionais da área.  “Portanto não se trata de um ato de bondade do governador, mas de uma ação de marketing”.

Azuaite dirigiu um apelo para que a Assembleia Legislativa inclua emendas ao projeto para que todos os servidores sejam beneficiados. “No Dia do Professor, após sete anos sem que os educadores paulistas tenham reajuste de seus salários e a inflação corrói seu poder de compra, o que o professorado esperava era um reajuste real para combater a inflação em alta. Porém, lamentavelmente, estamos diante de um político que coloca seu projeto pessoal acima do interesse do povo”, declarou Azuaite.

O parlamentar e dirigente de classe criticou o Projeto de Lei Complementar 26, que está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado e pelo qual Doria ataca direitos do funcionalismo “e praticamente acaba com a carreira do professor”. “Os professores e o conjunto dos servidores do estado de São Paulo querem ser respeitados e reconhecidos pelo governo e repudiam esse tipo de atitude demagógica a que estamos assistindo”, concluiu.

Fonte: Primeira Página