Há tempos São Paulo se ressentia de boas notícias ligadas à Educação. De modo geral, os últimos anos têm sido marcados por fatos nada auspiciosos e estatísticas que expõem um festival de deficiências. Mas eis que agora a Secretaria Estadual de Educação anuncia que vai convocar, a partir da próxima terça-feira, 30 mil professores aprovados no maior concurso da história do magistério paulista. A lista é regionalizada e contempla todas as 91 diretorias de ensino. O concurso, realizado em novembro do ano passado, teve recorde de inscrições, com 322,7 mil docentes disputando as 59 mil vagas.
A partir de 5 de maio, os professores já podem comparecer à diretoria de ensino para escolher as escolas estaduais onde vão atuar. Eles serão chamados para atuar nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio das disciplinas de arte, biologia, ciências físicas e biológicas, educação física, física, filosofia, geografia, história, língua espanhola, língua inglesa, língua portuguesa, matemática, química, sociologia.
Duas boas notícias estão por trás disso: a primeira é que o governo está chamando rápido esses professores. Concursos anteriores deixaram aprovados esperando por anos, enquanto crianças ficavam ociosas por falta de professores. O outro aspecto positivo é a perspectiva de que esses professores vão atender escolas que hoje sofrem com o déficit dos mestres.
Agora, cabe ao governo um plano eficiente para que esses professores contratados façam mesmo a diferença nas escolas estaduais, e não sumam diante de um buraco que “engole” os professores, já que, assim como acontece na saúde, saem mais profissionais do que entram.
Na mesma linha, é de se comemorar o fato de o governador Geraldo Alckmin ter lançado na quinta-feira o vestibular 2014 da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), a primeira faculdade gratuita com cursos semipresenciais – 80% das aulas através da internet e os 20% restantes em sala de aula. Entre as opções, os interessados poderão cursar engenharia de produção, engenharia da computação, química, biologia, física e matemática. Os alunos aprovados farão o curso pela internet com todo o material didático preparado, com apoio das melhores universidades de São Paulo e do Centro Paula Souza.
Ao todo são 3.330 vagas. O vestibular também terá bonificações sociais, com uma pontuação extra para oriundos de escolas públicas, negros e indígenas, semelhante ao sistema de cotas. O ensino à distância é uma saída comum para quem quer melhorar sua formação e o currículo na hora de buscar um emprego. Como estudantes da classe menos favorecida não têm chance de frequentar cursos particulares, esta faculdade pública lhes abre uma boa oportunidade.
Editorial do último sábado (26/4), publicação do Diário de São Paulo
Secom/CPP