O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), suspendeu nesta sexta-feira (12) as aulas presenciais nas escolas públicas municipais e privadas da capital paulista. O decreto de suspensão das atividades escolares entre em vigor na próxima quarta-feira (17) e segue vigente até o dia 1º de abril.
Covas afirmou que o intuito da medida é reduzir a circulação de pessoas na cidade. O estado de São Paulo já tinha adotado a antecipação do recesso escolar de junho e outubro para a próxima segunda-feira (15), também com o intuito de diminuir a circulação no território paulista.
As escolas municipais e particulares terão de paralisar as atividades presenciais até o dia 1º de abril, segundo anunciou a Prefeitura, por causa da piora da pandemia na cidade. A medida segue a decisão do Estado. Na segunda e terça-feira, o secretário municipal de Educação, Fernando Padula, disse que as escolas estão abertas explicando sobre o fechamento e oferecendo merenda. Mas ele aconselhou que os pais, que puderem, já não enviem seus filhos. “A expectativa é que em julho a situação esteja muito melhor e teremos aula presencial”, disse Padula. “A rede privada pode adotar outra saída, mas não pode ter aula presencial a partir do dia 17”, completou o prefeito.
A rede estadual anunciou nesta quinta-feira (11) que adiantará o recesso para os próximos 15 dias por causa da atual situação da pandemia. O Estado havia anunciado que as escolas municipais e privadas teriam autonomia para definir o funcionamento, desde que, se abertas, mantivessem a ocupação de 35%.
No segundo semestre de 2020, a gestão do Bruno Covas foi responsável por impedir que as escolas públicas e privadas voltassem a dar aulas presenciais, mesmo tendo autorização do Estado. Só foram permitidas atividades extracurriculares. Neste ano, Covas mudou o secretário de Educação e colocou no cargo Fernando Padula, com experiência de anos na administração da rede estadual e amigo do prefeito. Padula é um defensor das escolas abertas e durante as negociações demonstrou sua preocupação em um fechamento prolongado da rede.
As escolas municipais hoje têm cerca de 1 milhão de alunos, em creches, escolas de educação infantil, fundamental e pouquíssimas de ensino médio. É a maior rede municipal do País. Este mês, o sindicato dos professores decretou greve, se dizendo contra a volta presencial. Mesmo assim, muitas escolas reabriram e funcionavam até esta sexta-feira.
Nesta quinta-feira, por causa da piora na pandemia, a rede estadual antecipou os recessos de abril e outubro para este mês, entre 15 e 28 de março. Neste período, as escolas estarão abertas exclusivamente para oferecer alimentação e distribuir materiais e chips (mediante agendamento prévio).
Mas em coletiva de imprensa o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, sugeriu que as redes públicas municipais seguissem a decisão do governo. “Nós recomendamos para todos os municípios e redes privadas, atividades sejam realizadas aquilo que seja realmente necessário. Se puder fazer à distância, faça à distância.”
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou que todo o Estado estará em “fase emergencial” entre a próxima segunda-feira (15), e 30 de março. A nova classificação prevê restrições a 14 atividades, impactando cerca de 4 milhões de trabalhadores formais diariamente, de acordo com o governo. Entre elas, está a suspensão do funcionamento presencial de lojas de construção e de eletrônicos, a realização de celebrações religiosas coletivas e de partidas de futebol, a obrigatoriedade de home office para escritórios e o fechamento de órgãos públicos.
Fonte: O Estado de São Paulo