Os olhos da imprensa, dos patrocinadores e, por consequência, do público se voltam preferencialmente para competições com atletas profissionais, muitos já consagrados nos pódios do mundo. Mas também ocorre no Brasil um fecundo e capilarizado torneio de estudantes que pode ajudar o país a tornar-se uma potência esportiva.
Os Jogos Escolares da Juventude deste ano vão se realizar em Natal (RN), em setembro, para a faixa de 12 a 14, e novembro, em Belém, para competidores de 15 a 17 anos. Computadas as etapas preliminares e seletivas, participam das competições dois milhões de alunos de escolas públicas e particulares de 3.900 cidades. Em Natal devem estar presentes 4.300 estudantes atletas.
Chamados antes de Olimpíadas Escolares, porque a maioria das modalidades constam dos Jogos Olímpicos, os Jogos da Juventude são realizados pelo Comitê Olímpico Brasileiro com apoio do Ministério do Esporte e das Organizações Globo. Soma-se a programas do ministério como Segundo Tempo, que de 2003 até 2012 mobilizou aproximadamente seis milhões de estudantes e só neste ano chegará a mais dois milhões de crianças e adolescentes expostos a riscos sociais. Iniciativas dessa grandeza exploram o enorme potencial do esporte praticado na escola para a formação de cidadãos e prometem ser um celeiro de atletas.
O Brasil tem investido muito na preparação de desportistas que possam conquistar medalhas olímpicas, como o fazem a maioria dos países mais desenvolvidos. Temos um grande programa de bolsas, que chegam a R$ 15 mil por mês, mas sabemos que o investimento mais promissor é o que alcança amplas camadas da população . Criar condições para que milhões e milhões no esporte é o modelo provado de extrair qualidade da quantidade, como, por sinal, ocorre no futebol.
Ponto de vista de Aldo Rebelo é ministro do Esporte.
SECOM/CPP