Priscila Cruz

A distribuição etária está mudando no Brasil e, claro, também no Estado de São Paulo. Há menos jovens em idade para cursar o ensino médio hoje do que antes. E esse foi um dos principais argumentos do governo estadual paulista para a reorganização da rede, iniciada no ano passado e, até o momento, adiada após as ocupações. Se o Estado mais rico do Pais já tivesse universalizado as matrículas de jovens de 15 a 17 anos, esse argumento seria válido. Entretanto, 245 mil jovens dessa faixa etária estão fora das salas de aula. Assim, muitas turmas precisarão ser abertas para cumprir a norma constitucional de garantir a matrícula de todos os jovens de até 17 anos.

Outros indicadores também apontam para a necessidade de ampliação da rede, como a carga horária diária dos alunos. De acordo com o Plano Estadual de Educação (PEE), recentemente aprovado pela Assembleia e que aguarda sanção do governador, a educação integral deverá ser ofertada a 25% dos alunos da educação básica pública paulista e, em 2015, somente 4,4% das matrículas de ensino médio da rede paulista eram em tempo integral.
 

O mesmo vale para a necessária ampliação da educação profissional integrada ao ensino médio, que hoje representa apenas 3,1% das matrículas da rede pública paulista nesta etapa. De acordo com o PEE, São Paulo deverá criar condições para um aumento de 220 mil matrículas nessa modalidade até 2024. Em vez de fechamento de escolas, devemos falar sobre ampliar a oferta em quantidade e com qualidade.

Priscila é presidente executiva do Movimento Todos Pela Educação