O Centro do Professorado Paulista, conforme indicado ao longo da semana passada, durante o embate de liminares da Justiça contra e a favor de aulas presenciais, vai apoiar chamado de greve da categoria. A posição foi definida na tarde desta segunda-feira, em reunião da diretoria executiva.

Como entidade de classe que representa mais de 120 mil associados, o CPP se mantém firme na conclusão de que neste momento, de avanço da pandemia não apenas no Brasil, principalmente no estado de São Paulo, com hospitais à beira da lotação máxima, a reabertura de escolas é extremamente arriscada.

Embora o governo alardeie que as escolas foram equipadas com equipamentos de segurança sanitária, vários são os relatos de profissionais da comunidade escolar indicando o contrário. Há escolas sem itens de higiene básica, o que sempre foi realidade nas instituições públicas.

Os professores estão trabalhando duro desde o ano passado, remotamente, a fim de garantir atividades escolares durante a crise. Todos tiveram que se adaptar ao universo digital, com esforço hercúleo para atender aos alunos. Obviamente, ensino a distância não é o melhor modelo, mas é o que se mostrou possível diante da emergência.

Crianças e jovens não possuem a maturidade dos adultos para seguir protocolos sanitários, como uso correto de máscara, distanciamento mínimo e lavagem constante das mãos. Para segurança de todos, portanto, as aulas presenciais só devem voltar depois que os profissionais da Educação forem vacinados. É isso o que defende o CPP, inclusive sugerindo que professores façam parte do grupo prioritário de imunização.

O secretário da Educação, Rossieli Soares, em nenhum momento se dispôs a conversar com os representantes do magistério para elaborar o retorno às escolas. Apenas impôs seu modelo de gestão arbitrária, sem espaço para o contraditório. Diante disso, não há resposta que não o chamado de greve, em conjunto com as demais entidades da categoria.

Momentaneamente, o direito à vida se sobrepõe ao direito à escola. Mesmo porque este direito tem sido ofertado remotamente. Aulas presenciais podem esperar até que a comunidade escolar se apresente imunizada, para o bem-estar de professores, estudantes e seus familiares.

Não à volta às aulas presenciais. E vacinação já!