Azuaite Martins de França

O crime que vitimou a aluna e cadeirante Geane de Silva de Brito, atacada por um adolescente que entrou armado na Escola Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, na Bahia, reacende o debate sobre a violência no ambiente escolar no país. Ao mesmo tempo suscita uma reflexão sobre a relação entre educação e segurança pública.

Ao apresentar minhas condolências aos familiares da jovem que perdeu a vida e minha solidariedade à comunidade daquela escola, reafirmo que essa tragédia não pode ser banalizada.

O episódio tem relação com a disseminação do ódio na sociedade e a facilitação do acesso às armas, combinação explosiva que precisa ser freada pelas autoridades do país. Uma unidade de ensino militarizada como aquela onde ocorreu o crime, não representa em si uma garantia para a segurança dos jovens estudantes. A cultura da paz, esta sim, precisa ser estimulada de norte a sul.

O jovem agressor de apenas 14 anos, filho de militar e recentemente transferido de uma escola de Brasília, possuía um perfil extremista e, segundo as primeiras investigações, premeditou o ataque. Passou despercebido o seu intento, expresso numa rede social.

No momento em que um cenário preocupante emergiu nas escolas com a retomada das aulas presenciais – vídeos de brigas em escolas viralizam nas redes sociais e ameaças assustam toda a comunidade escolar  –  alguma medidas precisam ser tomadas, e estão longe de responder a violência com repressão. Envolvem escola, família e sociedade trabalhando de forma integrada num lugar dedicado à construção de cidadãos.

A escola, afinal, é um reflexo da sociedade que não pode ser dominada pelo ódio, nem se tornar refém de um armamentismo desenfreado.

Ponto de Vista de Azuaite Martins França, segundo vice-presidente do Centro do Professorado Paulista