Segundo o comentarista, os professores têm medo de reagir à violência dos alunos porque não têm apoio dos superiores ou dos pais.

Cenas de escolas públicas brasileiras. Onde estão os pais? Onde estão os professores? Onde estão as autoridades. Parece filme: ‘sementes de violência’, cultivadas por décadas de uma filosofia que enfraqueceu a autoridade e a disciplina na escola, e por leis permissivas.

O estudante de 15 anos tem força para entornar uma cadeira metálica, mas a lei não tem força para enquadrá-lo em crime de destruição do patrimônio público, porque ele é inimputável. Na quinta-feira (8), quando a equipe da Globo conversava com a coordenadora de ensino, em frente à escola, uma dupla de adolescentes se aproximou e um deles levantou a blusa e mostrou um revólver. A coordenadora não se surpreendeu, como se fosse rotina. Os adolescentes mostraram a arma com a arrogância e tranquilidade de inimputáveis.

Os professores têm medo de reagir, de se impor, sem apoio dos superiores ou dos pais. Não tem sido raro professor ser morto à frente da escola. Ainda na quinta, um professor e uma professora foram mortos em uma estrada do Maranhão. As consequências finais dos nossos erros estão na má formação para o trabalho, para a vida, para a cidadania. E o país vive uma crise na educação e na segurança pública. Não é difícil saber o por que, e para corrigir é preciso ouvir o Papa Francisco: ‘não nos acostumarmos com o mal’.

Ponto de Vista de Alexandre Garcia, no jornal Bom Dia Brasil, exibido na Globo.

SECOM/CPP