Nesta semana os jornais trouxeram os números do Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM). E na maioria deles o destaque -positivo e negativo – foi um dos indicadores sociais utilizados para o cálculo: a Educação.
Além deste, o IDHM utiliza como base os indicadores renda e longevidade. É uma versão local do IDH feito pela ONU para avaliar o desenvolvimento social mundo afora.
A Educação é herói e vilão nas cidades brasileiras, pois apesar de ser o item que mais evoluiu entre 1991 e 2010, continua sendo o que puxa a média geral dos municípios para baixo. Quase 30% das cidades brasileiras têm nota considerada muito baixa em educação e apenas cinco apresentam um índice superior muito alto.
Apesar de soar estranho – e tirando toda a motivação política de um dos auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff -, não deixa de ser verdadeira, a declaração do ministro Aloísio Mercadante (Educação) de que os números deste índice impressionam. “É o componente que mais avançou no período, tanto em termos absolutos quanto relativos”, disse Mercadante.
Especialistas atribuem a um “fosso geracional” o principal motivo de ser a Educação o índice que mais atrapalha um crescimento maior do IDHM. Realmente, o legado histórico quem esta área deixa é bem maior do que renda ou longevidade. Afinal, quem tem mais de 25 anos estudou, em média, 7, 2 anos. Enquanto as crianças que entram hoje na escola têm a expectativa de aproveitar 13,8 anos de estudo, em média. Essa diferença leva tempo para ser suprimida.
O que fica claro a todos é que o crescimento da Educação ainda é muito pequeno diante da prioridade dada por governos sucessivos a esse tema. Ele é, de longe, muito mais importante, por exemplo, do que as medidas populistas que visam o aumento do consumo desenfreado das famílias brasileiras, algo que ganhou status positivo nos últimos anos.
Editorial do MetroNews – publicação de 31 de julho de 2013.
SECOM/CPP