Apresentar um ambiente profissional e ajudar o aluno na escolha da carreira são os objetivos; supervisão é feita pelos professores
Em colégios particulares de São Paulo, estudantes têm dado uma pausa na sala de aula para encarar a rotina do escritório. Os alunos fazem estágios curtos em empresas durante o ensino médio, com supervisão dos professores. Os principais objetivos são conhecer um ambiente profissional e ajudar na escolha da carreira. A diretora do colégio Humboldt, em Interlagos, por exemplo, negocia as vagas de estágio com empresas parceiras – de diferentes portes, algumas multinacionais e de parentes dos alunos. A ideia é que todos consigam se encaixar em setores com os quais têm afinidade. Em alguns casos, como em hospitais, a entrada dos adolescentes é mais difícil.
O foco da atividade é a orientação profissional. Estagiar no 2º ano dá tempo ao aluno para refletir sobre a experiência até a escolha no vestibular, na série seguinte. Além do estágio, os alunos do ensino médio participam de palestras, oficinas de elaboração de currículo e até entrevistas com gerentes de recursos humanos de empresas, que vão à escola para simular o processo seletivo para uma vaga.
No colégio Santa Maria, no Jardim Marajoara, na zona sul de São Paulo, os alunos do 2º ano do ensino médio também costumam fazer estágios. Com o contato com a profissão, vale a oportunidade de vivenciar logo cedo um ambiente de trabalho – diferente do clima descontraído da escola, desde as roupas até o comportamento. Algumas das companhias parceiras do colégio fazem exigências para receber os estagiários. Uma empresa de jornalismo, por exemplo, pode demandar somente estudantes que tirem nota máxima em Língua Portuguesa.
Colégio oferece a estudante opção de trabalho no exterior. A experiência do estágio ainda no ensino médio pode ser mais radical do que trocar o endereço da escola pelo da empresa por uma temporada. Em alguns colégios particulares de São Paulo, estudantes têm a oportunidade de trabalhar até em companhias fora do País. Os estágios internacionais são oferecidos aos alunos da Escola Suíço-Brasileira, no Alto da Boa Vista, na zona sul da capital, mas a maioria das vagas é para o Brasil, explica Marcel Brunner, diretor do colégio. Ele explica ainda que mais importante do que a escolha da carreira, o objetivo da atividade é propiciar uma imersão no mundo corporativo e o desenvolvimento da independência do estudante.
São eles próprios que enviam e-mails para diretores de empresas e buscam oportunidade onde desejam trabalhar. Quando há dificuldades, a direção indica uma empresa parceira. Nos meses anteriores ao estágio, também há um semestre de preparação. “Pela primeira vez, o jovem sai da escola, sua zona de conforto. Ele vai se descolar sozinho, pegar ônibus, cumprir horários. Ele aprende a lidar com desafios, frustrações”, diz Brunner.
Secom/CPP – informações do jornal O Estado de São Paulo