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Nesta quinta-feira (17) está prevista mais uma vez a votação no novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que preserva os recursos com exclusividade para as escolas públicas.

Abaixo, há link com a relação dos nomes dos deputados federais e suas respectivas redes sociais para que os professores, profissionais da educação e a população façam pressão a fim de evitar manobras de desvios do dinheiro  para escolas privadas.

Acesse aqui a relação dos deputados e as redes sociais.

Senado reverte as mudanças no Fundeb

Segundo matéria do jornal O Estado de São Paulo, veiculada na quarta-feira (16) o Senado reverteu mudanças feitas de última hora na Câmara e retirou a possibilidade de transferências de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para escolas religiosas, filantrópicas e comunitárias. O projeto de regulamentação poderia transferir até R$ 12,8 bilhões por ano da rede pública para essas instituições, conforme cálculo do Todos pela Educação. A proposta agora volta à Câmara. Na prática, os deputados ainda poderão resgatar a medida.

A entrega de recursos públicos para escolas religiosas nos ensinos fundamental e médio, nos termos aprovados pela Câmara, foi criticada por especialistas e considerada inconstitucional. A Consultoria Legislativa do Senado afirmou que o dispositivo poderia trazer mais prejuízos que benefícios à educação do País. Um dos argumentos é de que recursos públicos podem ser destinados a entidades filantrópicas, mas desde que não haja vagas públicas.

A votação no Senado passou por uma reviravolta nas negociações. O relator do projeto, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), chegou a apresentar um parecer no início da sessão mantendo a previsão que atendia às entidades religiosas, mas exigindo gratuidade para estudantes cujas matrículas sejam financiadas com recursos públicos. Mas o parecer não satisfez os senadores, pressionados por profissionais da educação. Os deputados federais ainda poderão recuperar o dispositivo polêmico. Se não houver uma votação ainda nesta semana, a regulamentação pode ficar nas mãos do Executivo. “O poder público continua com a possibilidade de fazer convênios com as escolas comunitárias e confessionais, só que não com recurso do Fundeb”, afirmou o relator.

Aumento

A partir de 2021, a União terá de aumentar a complementação de recursos do Fundeb dos atuais 10% para 23%, em seis anos. A regulamentação garante a operação dos critérios de distribuição. Com isso, 1.471 cidades passarão a receber a fatia da União. O número se refere a cidades mais carentes em Estados ricos e que não tinham recurso extra da União.

O Fundeb é o principal mecanismo de financiamento do setor e movimentou recursos de cerca de R$ 162 bilhões em 2020. O projeto aprovado na Câmara, liberava até 10% do dinheiro para instituições religiosas ou filantrópicas, sem fins lucrativos e conveniadas com a rede pública, no ensino fundamental e médio.

Outro dispositivo retirado pelo Senado ampliava o rol de profissionais que poderiam ter salários gastos com recursos do fundo. Pelo texto da Câmara, entrariam no cálculo funcionários de entidades filantrópicas e religiosas, além de terceirizados da rede pública. O relatório aprovado pelos senadores limita a definição a professores, psicólogos e assistentes sociais que trabalham diretamente nas escolas. Além disso, o Senado retirou a inclusão das matrículas no ensino médio profissionalizante vinculadas ao Sistema S (Senai, Sesi e Senac) nos repasses do Fundeb.

Senadores chegaram a sugerir a apresentação de projeto do zero para envio à Câmara. Assim, o Senado daria a palavra final sobre o texto se os deputados insistissem na destinação dos recursos à escolas religiosas. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), porém, rejeitou a ideia, dizendo que a Câmara poderia fazer a mesma coisa e provocar um novo “vai e vem” de versões. “Vai criar um imbróglio institucional entre Câmara e Senado”, afirmou.

POSIÇÃO DO CPP

O Fundeb é o principal mecanismo de financiamento da educação básica no país. Em agosto, o Congresso promulgou uma emenda à Constituição que renovou as regras do fundo e tornou-o permanente. Mas faltam, ainda, regras específicas sobre a divisão do dinheiro.O CPP defende aplicação de 100% do Fundeb para fortalecer a educação nos municípios.

Cópia de Redes Sociais – Parlamentares – Fundeb.pdf