Com 62% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados para o tratamento de pacientes com Covid-19, o governo de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), se prepara para um pico de contaminações e internações que deve acontecer nos próximos 15 dias.

Os planos do estado e da Prefeitura de São Paulo incluem desde realocações de leitos à contratação de quartos de hospitais privados para conseguir suprir a demanda, que deve aumentar a partir de 20 de janeiro por causa das festas de fim de ano. Desde o último dia 27, a média de novas internações tem subido.

Os governos estadual e municipal consideram que a situação está sob controle. A gestão Bruno Covas (PSDB), ainda não cogita reabrir os hospitais de campanha. Se nos próximos 15 dias a demanda por internações aumentar, a Secretaria Municipal da Saúde promete realocar os leitos comuns para internar pacientes com Covid-19 nos 24 hospitais municipais e até contratar leitos de enfermaria e UTI em unidades particulares.

O governo paulistano também pretende entregar mais 106 leitos destinados à Covid-19 no hospital Brigadeiro até a próxima semana. Na média a taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 administrados pela prefeitura estão ocupados, sendo que nos hospitais municipais é de 60%, mas atinge 87% nos leitos particulares contratados.

Mas já há unidades sem vagas, como o hospital Vila Santa Catarina e a Santa Casa de Santo Amaro, ambos na zona sul. A Secretaria Municipal da Saúde argumenta que esse esgotamento ocorre porque os dois hospitais têm poucos leitos para Covid.

Cidades criam postos exclusivos para quem já teve coronavírus

Cidades da Grande São Paulo criaram postos específicos de assistência a pessoas que tiveram Covid-19 para direcionar pacientes que continuam com problemas a tratamentos de fisioterapia pulmonar, psicológicos, cardiológicos, de reabilitação nutricional, muscular e neurologistas. “Percebemos que precisávamos ter um olhar integral para esse paciente para que depois pudéssemos encaminhá-lo para as especialidades”, disse a médica e secretária de Saúde de São Caetano, Regina Madura.

O ambulatório, aberto em 13 de outubro, já atendeu 487 pessoas que passaram por médicos generalistas e outras 69 com consultas psicológicas. De acordo com a secretária, as principais queixas apontadas pelos pacientes são a falta de paladar e olfato. “Algumas pessoas continuam assim por meses, isso é muito ruim”, disse.

Atualmente, Diadema mantém 64 pessoas em atendimento no Centro Especializado em Reabilitação, criado em outubro. No momento em que recebe alta, a pessoa já é agendada para avaliação de funcionalidades. Essa equipe avalia se o paciente ficou com alguma alteração motora ou neurológica que necessite de reabilitação ou acompanhamento na UBS.

Desde setembro, Ribeirão Pires já atendeu cerca de 90 pessoas no ambulatório de pós-Covid. O serviço recebe moradores da cidade que foram internados até em outros municípios. A primeira consulta acontece entre 14 e 21 dias da alta hospitalar. Além do atendimento médico, é realizada a solicitação de exames. Após avaliação, caso seja necessário, o paciente é encaminhado a atendimento psicológico e fisioterapia.

Santo André diz estudar a organização de um centro de reabilitação respiratória. A Prefeitura de São Bernardo diz que pacientes pós-Covid estão sendo absorvidos para tratamento na rede municipal. O mesmo ocorre em Guarulhos. Em São Paulo e Osasco não existe essa demanda específica. Em nota, as duas cidades dizem que a rede de saúde está disponível para atender essa demanda sem a necessidade de criar um serviço “especial”.

PÓS-COVID | PRINCIPAIS PROBLEMAS

Cansaço; Lapsos de memória recente; Problemas vasculares; Falta de equilíbrio; Perda de massa muscular; Perda do paladar e olfato; Queda de cabelo em mulheres; Diminuição da nitidez da visão.

TRATAMENTOS

Atendimento psicológico; Tratamento com fonoaudiólogo; Fisioterapia respiratória; Encaminhamento para nutricionista; Jogos de memória/ginástica cerebral.

Fontes: Agora São Paulo e Folha de São Paulo