Campanha Janeiro Branco – Brasil é o país mais ansioso do mundo e o segundo com mais casos de depressão no continente
Cada vez mais reconhecida como uma prioridade global de saúde e desenvolvimento econômico, a saúde mental motivou a criação da campanha Janeiro Branco, com ações de conscientização e reflexão sobre o tema.
De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo com mais casos de depressão (5,8%) na América.
A saúde mental representa mais de 1/3 da incapacidade total no mundo, com transtornos depressivos e ansiosos como maiores causas – os quais respondem, respectivamente, pela 5ª e 6ª causas de anos de vida vividos com incapacidade no Brasil. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano.
Também é a causa de reflexos no desenvolvimento econômico, sendo o segundo motivo de afastamento laboral, gerando ainda grande estigma pessoal de incapacidade – especialmente com o advento da pandemia da Covid-19. Um estudo publicado pela Fiocruz com outras seis universidades em meados do ano passado, dizia que “sentimentos frequentes de tristeza e depressão afetavam 40% da população adulta brasileira, e sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das pessoas”.
Iniciada em 2014, a campanha Janeiro Branco é dedicada ao bem-estar mental. O mês foi escolhido por se tratar de um período em que as pessoas estão focadas em resoluções e metas para o ano que se inicia.
Em apoio à iniciativa o Centro do Professorado Paulista concede a palavra à psicóloga Ticiana Paiva de Vasconcelos, head de Psicologia na Starbem, uma health tech com um conceito de saúde integrada, professora universitária, doutora em Psicologia e pesquisadora de cuidado emocional em crises, desastres e suicídios.
Ticiana ressalta a importância do apoio profissional e a telemedicina como aliada
“O acompanhamento psicológico é fundamental para que as pessoas compartilhem seus conflitos e frustrações como forma de alívio na carga emocional e no sofrimento, encontrando por meio da ajuda profissional novos meios de lidar com os problemas. Entendemos que é essencial cuidar de si mesmo e do bem-estar mental, principalmente diante de tantos desafios do dia a dia, na tentativa de equilibrar o tempo pessoal, profissional, filhos, compromissos pessoais e atividades domésticas. Lidar com tantas responsabilidades pode ser desgastante para muitas pessoas, e por isso um acompanhamento psicológico pode ser sinônimo de conforto”, conclui Ticiana.