Para o ano de 2021, não houve alterações na matriz curricular (Resolução Seduc-85/2020). Os professores e professoras terão que enfrentar as consequências do isolamento sanitário na “grade” determinada pelo governo.

Sabemos que entre os estudantes do Ensino Médio a evasão escolar foi expressiva, e no ano que vem deve ser maior, porque muitos terão que trabalhar para ajudar as suas famílias a se recuperar da crise econômica que acompanha a pandemia. Já ficou constatada a diminuição da capacidade de aprendizagem, maior risco de gravidez, exploração sexual, violência, além da perda de interação com os colegas e interrupção de rotinas, o que pode gerar estresse e ansiedade.

O recorta e cola do currículo deste ano, suscita perguntas, por exemplo: como os profissionais da educação irão atuar para diminuir os efeitos dos problemas decorrentes da pandemia, da crise econômica e do isolamento e mais os decorrentes da progressão continuada?

Pontos principais da matriz: 

  • Matriz: Base Nacional Comum Curricular e Diversificada, composta pelos componentes curriculares Projeto de Vida, Eletivas e Tecnologia e Inovação;
  • Língua Espanhola, facultativa ao aluno, será ofertada aos da 1ª série do Ensino Médio, se houver demanda, fora do horário regular de aulas;
  • As aulas de Educação Física no período noturno devem ser ministradas fora do período regular de aulas ou aos sábados;
  • Carga horária:

 

Ingressantes até 2020 – diurno

Período noturno

Ingressantes 2021

35 aulas semanais

27 aulas

35 aulas semanais

7 aulas diárias

5 aulas diárias

7 aulas diárias

45 minutos cada aula

45 minutos cada aula

45 minutos cada aula

1.400 aulas anuais

1.080 aulas anuais

1.400 aulas anuais

1.050 horas anuais

810 horas anuais

1.050 horas anuais

Apesar da omissão do MEC e das orientações do Governo do Estado desvinculadas da escuta dos educadores e educadoras, a prática educativa continuou sob a orientação daqueles a quem foi negado o direito de voz, os professores e professoras. Sem planejamento nem preparação adequada, eles se viram obrigados a improvisar ações para manter os vínculos com estudantes e comunidades.

Em função das dificuldades de acesso à internet e considerando os limites pedagógicos do ensino remoto, as desigualdades se aprofundaram em todos os níveis de ensino, inclusive no Ensino Médio. Essas questões precisam ser os temas centrais no debate educacional, ao lado da preocupação com a vida e com as condições emocionais da comunidade escolar. 

Maria Claudia de A. V Junqueira
Diretora, Conselheira e Coordenadora do Encontro dos Representantes de Escola