Crianças com deficiência que estudam em escolas públicas de Olinda passam a contar com novos aliados no cotidiano escolar. A partir deste mês de abril, seis cães adestrados auxiliam no tratamento dos alunos atendidos em salas de recurso multifuncional do município, voltadas para o tratamento desses estudantes.
Em funcionamento desde 2016, em uma única escola, o projeto Bolinha de Pelo iniciou, nesta quinta-feira (5), o atendimento a novas unidades escolares. Todos os animais utilizados no tratamento são do projeto Cães Doutores, que adestra cachorros e capacita tutores para auxiliar no tratamento de pacientes por meio de um método chamado cinoterapia.
O cachorro atua como mediador do tratamento e participa de brincadeiras que trabalham a necessidade do paciente, como coordenação ou concentração.
Inicialmente, participava apenas Max Silva Sena, cão da idealizadora do projeto, Cássia Leôncio, que, desde 2016, é voluntária dos Cães Doutores. Também integram a equipe Mel, Aurora, Luna, Raio de Sol e Justin, todos da raça golden retriever.
Professora readaptada e psicopedagoga, Cássia Leôncio teve uma necrose na cabeça do fêmur, por causa do lúpus, uma doença autoimune que causa produção excessiva de anticorpos contra as próprias células do organismo. Segundo ela, a própria experiência de recuperação com o animal de estimação inspirou na implantação do projeto na rede onde trabalha.
“Vi o comportamento de Max mudar com relação a mim. Ele lambia minha perna, fazia carinho e participava ativamente da fisioterapia, como se quisesse me ajudar. Comecei a me sentir motivada a me recuperar mais rápido, para voltar a brincar com ele. Já estava afastada do trabalho há um ano e decidi me voluntariar nos Cães Doutores, pela motivação de ajudar mais gente. Simultaneamente à minha volta ao trabalho, idealizei o Bolinha de Pelo”, diz.
O projeto nas escolas de Olinda é voltado para alunos da rede municipal. A depender da disponibilidade dos tutores dos cães, serão realizadas ao menos duas sessões por mês nas escolas Claudino Leal, Izaulina de Castro, Coronel José Domingos, Lions e Pró-menor, além do Centro Integrado de Atenção à Criança Professora Norma Coelho (Caic). Em grupo ou individualmente, estudantes de qualquer idade serão atendidos em encontros que duram cerca de 50 minutos.
“Em Olinda, temos 15 salas de recursos, mas não há cães para todas elas. Cada escola vai ter seu cão fixo, para auxiliar na conexão entre os pacientes e o animal. O número pode aumentar, mas primeiro é preciso que os cachorros sejam voluntários do ‘Cães Doutores’, que vai avaliar o cão e o dono, realizar o adestramento para ele poder vir a ser um ‘bolinha de pelo’. Queremos, futuramente, pleitear investimento para deslocamento e mais estrutura para tutores e cães”, conta.
Fonte: G1
Que iniciativa maravilhosa !Torço para que se expanda por todas a escolas.