Questionado sobre situação de professores temporários, governador afirmou que quem não está trabalhando não deve ter rendimentos
O governador João Doria (PSDB) disse nesta quarta-feira (29) que professores temporários não devem receber salário, já que não estão trabalhando. “Não faz sentido que o dinheiro público seja utilizado, o dinheiro que é seu [em referência a um repórter], nosso, de todos que estão aqui, para pagar quem não está trabalhando”, disse, ressaltando que a inatividade dos profissionais da educação ocorrem pelas circunstâncias de uma pandemia, e não porque o governo assim deseja.
A afirmação foi feita em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, em resposta ao repórter Fábio Diamante, do SBT, que perguntou sobre a situação dramática dos educadores. “Os professores temporários estão desde o início da pandemia sem receber salário, porque não estão dando aula. Ainda que o contrato seja esse, é algo bastante grave para uma categoria que não é pequena, que de fato está vivendo de vaquinha. O senhor não encontra um caminho?”, indagou o jornalista.
Doria argumentou, confundindo serviço público com privado, que da mesma maneira como veículos de comunicação tiveram que reduzir profissionais temporários, “freelancers”, o governo paulista precisou desassistir professores. “São ônus de uma pandemia que afeta todo o setor produtivo do país. De Comunicação, de Educação, de Ciência e outros”, respondeu o governador.
A avaliação do chefe do Executivo paulista, no entanto, carece de realidade. O dinheiro público pode ser usado, especialmente em períodos de crise, para amparar a população vulnerável. Exemplo disso é o Auxílio-Emergencial do governo federal, criado justamente para apoiar trabalhadores que perderam suas atividades em função da pandemia. Um programa temporário de assistência financeira seria justificável por parte do Governo de São Paulo, o que nem sequer entrou em discussão na gestão tucana.
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) destaca, desde o começo da pandemia, que professores temporários e eventuais foram esquecidos pela Secretaria da Educação (Seduc). Segundo ele, os profissionais não tiveram acesso ao Auxílio Emergencial federal por causa de um veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que considerou inabilitados para o programa qualquer servidor público. “Professores temporários e eventuais não recebem apoio nem da União, nem do Estado de São Paulo.”
DIÁLOGO COM A CATEGORIA
O governador também foi questionado sobre falta de diálogo com o magistério. Pouco antes da coletiva, professores da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP) realizaram carreata que tinha como destino o Palácio dos Bandeirantes. A intenção do ato, segundo a deputada Professora Bebel, era exatamente levar reivindicações da categoria ao governador, como a situação dos professores sem renda e, principalmente, a discordância da classe sobre o retorno às aulas, previsto para 8 setembro.
Doria impediu que os manifestantes chegassem à sede do governo, determinando bloqueios policiais nas proximidades do prédio, que fica no Morumbi. Houve princípio de conflito entre a Polícia Militar, que contou inclusive com o Batalhão de Choque, e servidores públicos. Indagado sobre a medida autoritária, o governador afirmou que sempre mantém diálogo com a categoria. “O diálogo com o setor continua aberto, sempre existiu, nunca foi limitado o acesso, seja ao secretário Rossieli, seja ao secretário-executivo, Aroldo Ribeiro.”
Mais uma vez o chefe do Executivo não correspondeu aos fatos. A Seduc não chamou as entidades do magistério, inclusive o CPP, para elaborar o plano de volta às aulas. A decisão de retomada em 8 de setembro foi decidida de cima para baixo, sem que fossem ouvidos os principais envolvidos, ou seja, os professores. É por essas e outras razões (risco à saúde) que os servidores e as entidades de classe são contra a reabertura das escolas em breve.
Para o professor José Maria Cancelliero, presidente do CPP, é inadmissível que falte relacionamento com as entidades representativas. “Somos a associação de classe mais antiga da América Latina, neste ano chegando aos 90 anos, e não aceitamos ficar à margem das discussões que envolvem nossa categoria. E isso deve valer para todas as associações e sindicatos, pois, juntos, representamos milhares de servidores públicos que confiam em nosso trabalho de interlocução com governo.”
Então vamos fazer greve p ver se ele dá conta de por todas classes com efetivos e F’s!!!! Pelo contrário efetivos estão tirando licenças por não se darem com tecnologia; a gente se vira e aprende na raça p não perder o trabalho. Celulares particulares sobrecarregados com trabalho. E muitos com distúrbios do sono por ficar 12 HS diante da tela de celular e computador.
Tristeza ver isso …… infelizmente sou.professor estadual e fiquei aber navios, que tristeza ser uma classe sem.valor
Categoria S é barrada no atendimento do Iamspe.
Sou sócio do CPP há um bom tempo e prestes a encerrar minha carreira, me deparo com uma injustiça após a outra, sempre lesando a classe profissional em seu sentido mais amplo. O termo correto para o modo como o Governo nos trata desde sempre, principalmente agora, nestes tempos difíceis, é JUDIAÇÃO. Pensemos em quantos novos mestres que darão seqüência à nossa labuta e por serem iniciantes, estão, perdoem o termo, vivendo de cestas básicas doadas por colegas ou então, de “vaquinha” para sobreviver e os administradores em maioria total, pessoas de muitas posses, ignoram o fato de haver tanta dificuldade. Toda a minha repulsa ao comando e todo o meu apoio aos professores que infelizmente estão sem aulas.
Pois é, governador. Ocorrre que, os professores temporários que não tiveram aulas atribuidas, mantém vinculo com o Estado por meio de um contrato espúrio, o que os impede de receber o auxilio emergencial do governo federal. Então ao menos pague o auxilio com o dinheiro do Estado ou infoem à Receita a situação desses profissionais.
Esse Dória não é um governante e sim, mais um ditador tucano.