Com a proximidade das eleições é normal que os governos anunciem medidas positivas para a população, que normalmente são proteladas ao longo da gestão, a despeito de sua urgência. Na crônica da vida política brasileira dá-se a isso o nome de “pacote de bondades”. À direita ou à esquerda de qualquer ideologia, todos os nossos administradores recorrem a esse tipo de ferramenta sem o menor pudor nem receio de ser tachado de oportunista. Aqui, o fenômeno tem se repetido com frequência, ora patrocinado pelo Palácio dos Bandeirantes, ora pela Prefeitura. Como num tabuleiro de xadrez, cada um tem sua hora de fazer o movimento, de maneira a minimizar impactos do lance do oponente.
O campo da Educação tem sido fértil para as sementes lançadas pelas duas administrações. Se a pressão eleitoral faz com que os governos se guiem pela pauta de necessidades do setor, tanto melhor para a população. Vale lembrar que, desde o ano passado, os dois governos têm apresentado boas propostas para a área, como a mudança dos ciclos pedagógicos, a criação de concursos para a contratação de professores e a ampliação de unidades educacionais, da pré-escola ao ensino universitário.
Deve ser incluído neste pacote de bondades do prefeito Haddad o recente anúncio de aumento salarial para os professores. Na sexta-feira da semana passada, Haddad e o secretário municipal da Educação Cesar Callegari anunciaram um reajuste de 15,38% no piso salarial dos servidores da Educação no Estado de São Paulo.
O piso, antes de R$ 2,6 mil, e sem aumento real desde 2011, passará a valer R$ 3 mil. O aumento é retroativo ao dia 1o de maio. Para os servidores que já recebem mais do que R$ 2,6 mil, um reajuste de 13,34% pago desde o ano passado em forma de abono, será agora incorporado ao salário.
Não importa se a motivação desse aumento tenha sido baseada em questões eleitorais ou simplesmente porque os professores estão em greve e a Prefeitura precisava dar uma resposta ao movimento. O fato é que ela é justa e fundamental para a melhoria da qualidade da educação nas escolas municipais. Não se pode exigir uma boa educação da população se as escolas não estão aparelhadas, equipadas e com professores motivados dentro das salas de aula.
São Paulo deveria dar o exemplo de uma política de valorização do corpo docente atrelado à rede oficial de ensino, mas tem preferido gastar em outras áreas. Já passou da hora de o País se dar conta de que Educação é a base para um futuro com mais horizontes para todos. Todas as nações desenvolvidas do mundo já fizeram essa lição de casa e o Brasil insiste em não querer aprender.
Editorial desta segunda-feira (12/5), jornal Diário de São Paulo
Secom/CPP
Sem comentário elogioso. Somente gostaria de acreditar nessas palavras em época de eleições. Não gostei da sua piada, viu ? Enquanto outros Órgãos Governamentais recebem “horrores” de aumento para nada fazerem de concreto à população, ficam regulando uma remuneração justa aos sacrificados profissionais da Educação! Isso é uma vergonha! Obrigada por ler meus desabafos. Não vejo sinceridade nas palavras escritas nesse artigo. Sonia de Oliveira Monte.