O Brasil é um país sério. Já os seus políticos…
Quando no exterior as conversas convergiam para o Brasil, as perguntas eram sempre sobre carnaval, samba e futebol. Nada mais normal, pois nossa música faz sucesso no mundo inteiro, o esporte se destaca e o nosso carnaval é um espetáculo grandioso de luzes e cores. Mas em 2013, o mundo se surpreendeu, pois percebeu de repente que o Brasil era muito mais do que isso. Era constituído de uma massa pensante que não aceitava mais pacificamente os absurdos que eram diuturnamente cometidos por aqueles que tinham nas mãos os destinos do nosso povo.

Afinal, quando questionados sobre política e políticos, um constrangimento se apoderava de todos os brasileiros. Como conviver com um congresso onde se destacam as mais diversas falcatruas, onde desafetos de ontem, hoje se abraçam, onde conluios são traçados entre quatro paredes, se ocultando em vergonhosos conchavos? Como não sentir vergonha pelos governantes, que gastam fortunas em propaganda institucional, tentando impingir meias verdades ou mentiras inteiras à sofrida população? Nossa lei permitiu que o assaltante Diego Rocha Freitas Campos, 20 anos, suspeito de matar o menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, fosse beneficiado pela justiça com a saída temporária do Dia das Mães. Ele deixou a Penitenciária III de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, em nove de maio, dezesseis dias após o início de sua pena em regime semiaberto. Deveria ter retornado no dia treze de maio. Não o fez. Lei extremamente tolerante que admite que assassinos menores de idade permaneçam à solta depois de cometer crimes hediondos como, infelizmente, vem acontecendo.

Leis permissivas que nossos ilustres políticos, com sua leniência, permitem que continuem a vigorar, como se vivêssemos, hoje, na década de quarenta, quando foi instituído o nosso vetusto código penal. Legisladores que não se preocupam com o bem-estar da população, e cujos interesses pessoais e dos partidos falam mais alto, ou melhor, sussurram em obscuros corredores. Comenta-se que Charles de Gaulle, presidente da França, sabendo de fatos que ocorriam no nosso país, afirmou que o Brasil não era um país sério. Frase que, se verdadeira, foi infeliz. O Brasil é um país sério. A maioria dos nossos políticos, lamentavelmente, que não é !!!

Opinião assinada pelo professor Silvio dos Santos Martins, 2º vice-presidente do Centro do Professorado Paulista