Atualizado em 12 novembro, 2024 às 11:06

Foto: Envato

Dizem que aqueles que abraçam a política como profissão têm uma característica que os diferencia dos outros integrantes da sociedade: a facilidade de esquecer rapidamente o que falam e o que prometem. Infelizmente, muitos políticos, cujo dever primordial seria o de servir a sociedade, têm promovido um espetáculo de fazer inveja aos mais sórdidos, tratando o que é público, como se fosse seu.

Na verdade, tudo o que ocorre hoje na política é fruto de uma Educação mal conduzida, formalmente inadequada. A população incauta e sem instrução elege representantes que nem sempre estão preparados para dirigir altos cargos, nos municípios, estados e também na administração federal. Como resultado de tudo isso, a Educação pública a cada dia que passa mais deixa a desejar. Aos poucos vão faltando profissionais para suprir a necessidade de pessoal habilitado em nossas escolas.

No Estado de São Paulo, o desinteresse do governo pela Educação tem sido frequentemente demonstrado nos últimos anos. Nada foi feito pelo atual governador neste ano de 2024. No Dia do Professor, nem uma mensagem de alento à classe aconteceu. Se limitou o governador a cumprir o mínimo que se espera de quem dirige um estado importante como São Paulo, ou seja, suprir as escolas com cargos efetivos para as vagas que, por aposentadoria ou exoneração, ocorreram durante o período. Na verdade, nem todos os cargos necessários foram preenchidos. Além disso, a administração da Educação em São Paulo ainda mantém a famigerada categoria O.

Esqueceu ainda o governador paulista que os salários dos profissionais da Educação precisam ser reajustados para acompanhar a inflação. Temos praticamente um arrocho salarial que vai se perpetuando, ano após ano. E os meses vão passando de tal maneira que, vergonhosamente, São Paulo complementa o piso nacional através de um abono, o que para o estado mais rico da federação é um verdadeiro acinte aos professores.

Esqueceu o governador também que; apesar de existir, no mês de março, lei que prevê o reajuste anual dos vencimentos, não só do magistério, mas de todo o funcionalismo; a legislação não é cumprida, e por isso o servidor vê diariamente o seu poder aquisitivo se esvaindo. Talvez ele venha a se lembrar desse fato apenas quando da “abertura” das urnas num futuro próximo. Se continuar assim, o governador esquecido pode começar a esquecer…

*Silvio dos Santos Martins é primeiro vice-presidente do CPP e diretor da sede regional de Tupã