A situação de vulnerabilidade social de parte expressiva da sociedade tem ocupado lugar de destaque nos discursos do governo para escamotear o porquê da manutenção das escolas abertas: atender aos mantenedores das escolas privadas e não implementar projetos como o Programa Merenda em Casa.

No contexto da pandemia de Covid-19, as situações de vulnerabilidade têm ficado cada vez mais evidentes porque estão relacionadas à exclusão de cidadãos e cidadãs, à falta de representatividade e de oportunidades.

Quando ocorrem situações de vulnerabilidade social? Ela pode ocorrer por questões de moradia, renda, escolaridade, serviços de saúde, entre outros. Entretanto, vulnerabilidade não é sinônimo de pobreza, pois o conceito refere-se à fragilidade de um determinado grupo (populações envelhecidas, por exemplo), de um indivíduo (questões socioeconômicas), por questões de território (em especial nas periferias urbanas, tais como, saneamento básico) e, muitas vezes, por essas situações combinadas.

A relação entre pandemia e vulnerabilidade social já foi constatada em outros momentos da História, como nos casos da gripe espanhola, da H1N1 (Gripe Suína) e da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Indivíduos, populações e territórios mais afetados foram os que apresentaram maior desigualdade social.

O governo estadual diz estar preocupado com os vulneráveis, entretanto, deputados e senadores de sua base votaram na Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos), na desvinculação das verbas para a educação e saúde e na Emenda à Constituição, a PEC nº 186 que, para possibilitar o auxílio emergencial, endurece regras fiscais, congela salários de servidores e acaba com a valorização do salário-mínimo.

Queremos escolas fechadas, vacina já para os profissionais da educação, reativação do Programa Merenda em Casa, programas de qualidade para atendimento à saúde física e psicológica dos educadores, educadoras e estudantes. Queremos ações que, de fato, indicam uma atuação no sentido de diminuir as vulnerabilidades no Estado.

Professora Maria Claudia de A. V. Junqueira, diretora, conselheira e coordenadora do Encontro dos Representantes de Escola.