CPP repudia a conduta do ministro da Educação, Milton Ribeiro 

 

A  divulgação do áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma dar prioridade a prefeituras cujos pedidos de verbas foram negociados por pastores evangélicos, publicada pelo jornal  “Folha de São Paulo” nesta semana, é gravíssima por revelar a transformação do MEC num balcão de negócios. Ao reduzir a liberação de recursos públicos que deveriam atender a critérios técnicos numa espécie de “ação entre amigos”, Ribeiro demonstra que a descompostura e a improbidade resumem sua gestão.

Segundo o professor Azuaite Martins de França, terceiro vice-presidente do Centro do Professorado Paulista, não é admissível essa conduta. “Porém, não espanta a declaração do ministro de que o favorecimento a pastores atende a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro, que com desfaçatez utiliza o MEC de forma eleitoreira”, afirma.

Na percepção de Azuaite, a situação só piora quando se conhecem mais detalhes das negociatas do “MEC paralelo” dos pastores, que inclui até mesmo denúncia de pedido de 1kg de ouro para liberar verba para um município. Com o beneplácito de governantes ímprobos, os “mercadores do templo” estendem agora seus tentáculos à administração pública e no seu mais alto escalão. Mandam às favas a ética, a gestão e a legalidade no momento em que o MEC deveria se dedicar a organizar nacionalmente a retomada da Educação após dois anos com as escolas fechadas em razão da pandemia.

“Não há mais sequer adjetivos para qualificar as ações do Ministério da Educação, que nos últimos anos coleciona fiascos. Agora se sabe que à incompetência se junta o aparelhamento da pasta com objetivos que nada têm a ver com a preocupação e a qualidade da educação no país. Investe-se, isso sim, no atraso e no retrocesso que compromete o futuro do Brasil”, enfatiza.