Pesquisadores brasileiros concluíram que quem estuda tem muito mais chance de não apresentar os sintomas de Alzheimer mesmo tendo as lesões no cérebro que caracterizam a doença. Um dos principais sintomas do Alzheimer é a perda progressiva de memória causada por acúmulo de proteínas em partes do cérebro. A doença atinge mais os idosos e não tem cura. Por meio de amostras de cérebros de três mil pessoas que morreram na Grande São Paulo na última década,os pesquisadores da Universidade de São Paulo, comprovaram que quem estuda mais tem menos chances de desenvolver sintomas de doenças como o Alzheimer.
Os cientistas analisaram no microscópio os sinais de Alzheimer nesses pacientes e confrontaram os dados com informações sobre a vida de 675 deles. O resultado foi impressionante: entre os mais escolarizados com lesões características do Alzheimer, 30% não apresentavam sintomas da doença.
O coordenador da pesquisa, José Marcelo Farfel, diz que estudar cria uma espécie de “reserva de lucidez”, usada para compensar as perdas de neurônios que se acentuam com a idade. “A escolaridade atua em diversas regiões do cérebro sobre a memória, a linguagem, sobre a capacidade de cálculo. O indivíduo tem aquela agressão, entretanto, consegue de alguma maneira contornar a agressão, usar alguma via alternativa e não desenvolver nenhum sintoma”, explica Farfel.
Secom/CPP