Até que fazia sentido, dez anos atrás, concentrar só em português e matemática os esforços para melhorar o estado da rede pública de educação do país.

 

São as disciplinas básicas, até mesmo para conseguir acompanhar as aulas de outras matérias, como ciências.

 

Isso não quer dizer que as ciências humanas e naturais não tenham importância. Longe disso.

 

No mundo moderno, elas são muito relevantes. Sabe ler e fazer conta, hoje em dia, é só o básico do básico.

 

Com o mercado de trabalho cada vez mais complexo, o profissional precisa mandar bem na avaliação de cenários e na resposta a perguntas que envolvem muitos fatores diferentes.

 

São conteúdos que um bom ensino de ciências pode oferecer à população.

 

Com certo atraso, o governo federal pôs esse assunto no radar. Na semana passada, alunos do ensino fundamental e médio passaram pela primeira vez por um exame dessas matérias.

 

Antes, o governo só avaliava matemática e leitura.

 

Esse teste ainda está em fase experimental, mas já mostra uma mudança de mentalidade.

 

Conhecer as deficiências dos alunos é um primeiro passo fundamental no caminho para o grande objetivo, que é melhorar o nível das ciências no ensino público.

 

Alguns itens dessa receita já são conhecidos. É preciso ter melhores professores, que realmente entendam do assunto. Hoje em dia, a maior parte dos mestres de química e física não são formados na área.

 

Por fim, o óbvio: oferecer salários mais atraentes aos professores da rede pública. Em troca disso, cobrar que façam seus alunos aprender.

 

Editorial do jornal Agora São Paulo – publicação desta segunda-feira (25).

SECOM/CPP