PEC enviada pelo governo no ano passado foi aprovada pela CCJ na semana passada
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta quarta-feira (2) a criação de uma comissão especial para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da reforma administrativa. A comissão será composta de 34 titulares e 34 de suplentes. Com a criação, os líderes partidários deverão indicar os integrantes do colegiado. Ainda não há data para a comissão ser efetivamente instalada.
Enviada em setembro de 2020 pelo governo, a proposta teve a tramitação aprovada na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, por 39 votos a 26. Na CCJ, os deputados analisaram somente se o texto estava de acordo com a Constituição. Na comissão especial, discutirão o mérito (conteúdo).
Nesta quarta, o presidente da Câmara disse que na próxima semana convidará líderes partidários para discutir a tramitação da PEC na comissão especial, “com todos os ajustes que forem necessários”. Segundo Lira, “em hipótese alguma” será admitido “ataque” aos servidores atuais e aos direitos adquiridos. “Se essa PEC for aprovada, terá efeito de agora por diante, num modelo mais moderno para o sistema público brasileiro, que vise tão somente o melhoramento do serviço público em prol do cidadão”, declarou.
As mudanças propostas pelo governo não atingem:
* Atuais servidores; servidores que entrarem antes da aprovação da reforma; estabilidade; vencimentos dos servidores; parlamentares; magistrados (juízes, desembargadores, ministros dos tribunais superiores); promotores; procuradores; militares.
O texto prevê o fim do regime jurídico único da União e a criação de:
* Vínculo de experiência; vínculo por prazo determinado; cargo com vínculo por prazo indeterminado; cargo típico de Estado; cargo de liderança e assessoramento (cargo de confiança).
Propõe ainda a exigência de dois anos em vínculo de experiência, com “desempenho satisfatório” antes de o profissional ser investido de fato no cargo público, e o fim dos chamados ‘penduricalhos’, como licença-prêmio. O Ministério da Economia estima que a reforma administrativa vai gerar economia de R$ 300 bilhões em dez anos e avalia que a proposta é importante para melhorar a capacidade dos estados e municípios de prestarem melhores serviços públicos e elevaram investimentos.
Na CCJ, o relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), retirou três pontos do texto original:
* Proibição de que funcionários públicos de carreiras típicas de estado realizem qualquer outra atividade remunerada;
* Permissão para que o presidente da República pudesse extinguir, transformar ou promover a fusão, por decreto, de fundações e autarquias da administração pública indireta (como INSS, Banco Central, agências reguladoras, universidades entre outras);
* Lista de oito novos princípios da administração pública (imparcialidade, transparência, inovação, responsabilidade, unidade, coordenação, boa governança pública e subsidiariedade).
* Lira também anunciou a extinção da comissão especial que discutia mudanças no Código de Processo Penal (CPP).
O presidente da Câmara disse que será composto um grupo de trabalho formado por no máximo 15 parlamentares, com o objetivo de revisar o texto e fornecer uma nova proposta em 45 dias. Ao justificar a medida, Lira afirmou que o projeto tramita na Câmara desde 2010 e os relatores já tiveram tempo de elaborar um parecer definitivo, o que ainda não foi feito. O presidente da comissão que será extinta, deputado Fabio Trad (PSD-MS), disse que conversou nesta terça-feira com Lira, que havia anunciado esta decisão.
“Ele tem um pensamento de que um grupo de trabalho tem uma metodologia mais dinâmica que permite aprovar, pode inclusive ser fatiada a votação do novo”, disse. “Vai aproveitar o trabalho da comissão, mas entende que a metodologia do grupo de trabalho é melhor”, disse. Trad afirmou que “é direito” do Lira tomar essa decisão e que não há “nenhuma dissensão” sobre o tema.
CPP diz não à reforma Administrativa (PEC 32/20)
O Centro do Professorado Paulista está na luta contra a Reforma Administrativa (PEC 32/20) que propõe retirada de direitos dos 12 milhões de servidores públicos ativos, além do desmonte do serviço público.
Participe dessa luta! A ordem é pressionar os parlamentares a votarem contra a PEC 32/20.
Fonte: G1
Estou cansada de mudanças que visam somente prejudicar os funcionários públicos! Enquanto isso, nada é feito para cortar regalias dos políticos, que apesar de terem excelentes salários, ainda têm auxílio paletó, auxílio moradia, auxílio combustível etc. Esse país é uma piada!