Em 2017, após investimento de quase R$ 300 milhões, três gigantes vão despontar na avenida Paulista e consolidar uma mudança de perfil do cartão-postal: de centro comercial e financeiro para eixo das artes de São Paulo. Três centros culturais abrirão suas portas nos dois extremos da via no segundo semestre, o que transformará o endereço no principal corredor cultural da capital. Estreiam ali a Japan House, o novo Sesc Paulista e o Instituto Moreira Salles Paulista, todos com projetos arquitetônicos arrojados, pensados para abrigar exposições, cinemas, teatros, bibliotecas e restaurantes em estruturas verticais.
Todas essas iniciativas se juntam ao decano Masp, de Lina Bo Bardi, à Casa das Rosas, ao Itaú Cultural, ao Centro Cultural Fiesp, a livrarias, teatros e 54 salas de cinema. “Poucas cidades do mundo têm essa concentração de equipamentos culturais. Com as três instituições, São Paulo ganha sua praça criativa, sua ilha de museus, como existe em cidades como Nova York e Berlim.”
Com isso, a Paulista ganha ao menos 15 novas exposições por ano, espalhadas pelas três instituições, além de mais uma centena de eventos, entre seminários, oficinas, espetáculos e concertos, e um provável bulevar. Isso porque o Sesc Paulista e Itaú Cultural, edifícios vizinhos, cada um numa esquina da rua Leôncio de Carvalho, propuseram à prefeitura o fechamento de parte da via para a criação de um calçadão com iluminação e mobiliário urbano. O projeto, já avaliado por algumas secretarias, será apresentado ao prefeito João Doria.
Para o subprefeito da Sé, Eudardo Odloak, a avenida seguirá aberta para pedestres aos domingos e há interesse em fazer parcerias público-privadas para financiar shows nas ruas. “O espaço já foi conquistado pela população. O desafio é a zeladoria.” Segundo ele, a ocupação das calçadas por artistas não pode ser abusiva. A proliferação de camelôs é outra preocupação. “Calçada deve ser ocupada por pedestre.”
Fonte: jornal Folha de S.Paulo