Por alguns anos, Machado de Assis emprestou emprestou o seu talento ao funcionalismo público.

 

O glamour transbordava aos que bem serviam à sociedade burguesa no final do século XIX.

Era um privilégio e tanto. Mas hoje, a história é bem diferente.                                                                                                                                                                                    

O obscurantismo da realidade atual obriga o servidor público, em sua maioria, se render à amargura em ser julgado com adjetivos que põem em dúvida a sua competência e seu esforço, muitas vezes ignorado, e cada vez mais cobrado.

 

A base do funcionalismo é formada por aqueles que sustentam, com muito suor, o pilar do Estado na execução de suas atribuições.

 

São os que desempenham as funções da máquina pública mesmo com absurdas limitações financeiras; que trabalham mais do que o estipulado, sem ganhar extras, enfrentando condições de trabalho, por vezes indignas,  com a  falta permanente de equipamentos e de sistemas adequados.

 

São trabalhadores que encaram o aumento de trabalho frente a novos serviços, mesmo sem melhoria alguma na  infraestrutura e que, ainda assim, não se intimidam  com a pressão contínua do cidadão que os cobra por um serviço qualificado.

 

Lamentavelmente não vemos imputadas as responsabilidades aos verdadeiros responsáveis pelas mazelas do funcionalismo público. Há, ainda, uma imensa falta de compromisso e vontade política por parte dos nossos gestores.

No Dia do Funcionalismo Público  exorto a dignidade, a firmeza e a responsabilidade destemida de todo o profissional que dedica seus melhores anos em favor do bem público e do cidadão, ainda que para isso tenha que arriscar a sua própria vida.

Professor José Maria Cancelliero

Presidente do Centro do Professorado Paulista