Estudantes da rede municipal de São Paulo terão acompanhamento psicológico a distância durante este período de quarentena. Em parceria do Naap (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para Aprendizagem) com o Instituto Liberta, a prefeitura lançou um site pelo qual psicólogos e psicopedagogos poderão fazer atendimento aos alunos.
 

De acordo com o secretário de Educação, Bruno Caetano, o portal foi criado para manter a assistência aos estudantes que já vinham sendo acompanhados pelo Naap, assim como oferecer um canal para aqueles que possam precisar de acompanhamento neste período de isolamento.
 

“Antes da pandemia, nós já tínhamos cerca de 5.000 estudantes sendo acompanhados pelo nosso núcleo de apoio. São estudante com histórico de violência doméstica, abandono, casos de tentativa de sucídio e automutilação”, disse Caetano. “Nós sabemos que, durante a pandemia, novos estudantes entrarão nesse grupo que precisam de atendimento especializado com psicólogos e psicopedagogos.”
 

Ainda de acordo com a prefeitura, a plataforma conta com algoritmos que podem identificar estudantes que se encaixem no perfil do grupo de risco e esses alunos poderão ser contactados pelos professores. “As equipes da secretaria podem entrar em contato, seja pela internet, seja por telefone, e perguntar se eles estão precisando de alguma coisa”, afirmou o secretário.
 

Pelo site, os estudantes também poderão pedir ajuda em casos de violência doméstica. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou que os pedidos de socorro emitidos de dentro de casa, envolvendo violência doméstica, tiveram um salto de 19,8% no estado de São Paulo desde o início do isolamento social.
 

A medição utiliza como base os atendimentos realizados pela Polícia Militar no estado entre os dias 20 de março e 13 de abril deste ano comparados com período semelhante do ano passado. Foram 7.933 nessa quarentena, contra 6.624 no ano passado. Os dados de 2019 se referem ao período de 22 de março a 15 de abril.
 

“A gente não está pedindo para que crianças denunciem seus pais, mas é uma plataforma em que as crianças têm a possibilidade de pedir ajuda”, afirmou o secretário de educação, Bruno Caetano.
 

Fonte: Folha de São Paulo