Andréa Studart
A formação inicial é apenas o primeiro degrau de qualquer profissional, e com o professor não é diferente. O que aprendemos há alguns anos acaba por se tornar obsoleto. No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem em que a tecnologia não pode ser desconsiderada.
O uso de ferramentas tecnológicas tem sido cada vez mais comum em nossa vida. Lidamos com diversos instrumentos em tarefas do cotidiano e para a superação de necessidades. Assim, o professor também deve buscar novas formas de aprender e ensinar. Para tal, é preciso que considere sua formação contínua no desenvolvimento de habilidades e competências para lidar com as tecnologias, atentando-se para seus objetivos pedagógicos e curriculares.
Manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino, tecnologias como ferramentas de aprendizagem e práticas pedagógicas mais eficientes são algumas sugestões para a formação do professor, que também deve considerar seu crescimento pessoal, ou seja, ajudá-lo a perceber-se como agente de seu próprio desenvolvimento, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente.
O uso das novas tecnologias de forma integrada ao projeto pedagógico é uma maneira de se aproximar da atual geração de estudantes. As tecnologias digitais já fazem parte do cotidiano dos alunos e cabe à escola utilizá-la como meio para intencionar a aprendizagem. Há várias formas de utilizar a tecnologia na sala de aula, ou fora dela, como ferramenta de aprendizagem, mas é necessário que o professor compreenda em quais situações ela efetivamente ajuda; a tecnologia não é um fim em si mesma.
Com a internet, os alunos conseguem ter acesso a muito mais informação que antigamente. O lugar do professor muda, assim, para uma nova configuração, em que ele problematiza e aproxima seus estudantes dos saberes científicos e das relações da natureza humana. Para tal, precisa desafiar, instigar, dialogar, prover condições favoráveis à interatividade, induzir os estudantes à investigação e elaboração próprias, os desafiando a propor soluções para os problemas apresentados.
O uso de novas tecnologias da comunicação em sala de aula apresenta-se aos professores como uma grande possibilidade de ganho no processo de ensino-aprendizagem, mas está a exigir-lhes uma mudança de estratégia pedagógica, forçando-os a uma reflexão permanente e um debate constante acerca de certos paradigmas da aprendizagem; uma disponibilidade maior para elaboração de situações inteligentes; a criação de novos formatos de avaliação, com integração que se inicie nos projetos interdisciplinares e culmine em ações conjuntas; uma comunicação constante entre os docentes sobre a rotina da turma.
Os novos tempos em educação exigirão novos professores, preparados para novas ideias e para criação de conhecimento, de forma a ser transformadores. Com o apoio das TIC em suas aulas, a possibilidade de traçar metas e atingir marcos educacionais torna-se cada vez mais realista. Mudar o paradigma de aula tradicional a que os professores estão acostumados não parece tarefa fácil, mas necessária e gratificante.
Andréa é diretora educacional do Colégio Marista de Brasília