Programa foi aplicado em 112 escolas públicas de Ensino Fundamental e atingiu 427 professores e 18 mil alunos de Joinville (SC) e Manaus (AM)
A Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) e o Banco Mundial divulgam o resultado da avaliação de impacto experimental do projeto piloto de educação financeira aplicado pela AEF-Brasil em 112 escolas municipais de ensino fundamental dos municípios de Joinville (SC) e de Manaus (AM).
A avaliação de impacto realizada pelo Banco Mundial constatou a eficácia do programa, implementado ao longo do ano letivo de 2015 e que engajou 427 professores e, por meio deles, 18 mil alunos do ensino fundamental no tema educação financeira.
“É de extrema importância verificar que os alunos efetivamente tiveram melhora no comportamento financeiro e em suas atitudes em relação a dinheiro, além da conquista de conhecimento técnico”, diz Claudia Forte, superintendente da AEF-Brasil. “Os resultados comprovam que estamos contribuindo para o consumo consciente e a educação financeira”, completa. Para a inserção do programa, a AEF-Brasil desenvolveu e distribuiu material didático-pedagógico para professores e alunos e promoveu o treinamento de supervisores das unidades regionais e professores para aplicar o conteúdo em sala de aula.
“Os resultados mostram que o treinamento e o material didático inseriram o tema educação financeira em sala de aula de forma adequada e efetiva, e permitiram aos alunos do segundo ciclo do ensino fundamental conquistar conhecimento técnico sobre o assunto. Além disso, verificamos mudanças em atitudes desses alunos em relação a finanças. Esse resultado apareceu mais fortemente entre os estudantes do primeiro ciclo do Ensino Fundamental e do 7º ano”, explica Caio Piza, economista do Banco Mundial e um dos responsáveis pela avaliação do projeto junto a Arianna Legovini, diretora da Unidade de Avaliação de Impacto do Banco Mundial – DIME – e Isabela Furtado, consultora do Banco Mundial no Brasil.
Para a avaliação de impacto, o Banco Mundial analisou o aprendizado e as atitudes em relação a finanças de grupos que participaram do piloto (grupo de tratamento) e de alunos que não tomaram parte do projeto (grupo de controle). A seleção dos grupos de tratamento e de controle se deu por meio de sorteio para garantir transparência do processo de seleção e que, na média, os alunos de ambos os grupos apresentassem as mesmas características no que tange ao perfil socioeconômico e a dimensões não observáveis pelo pesquisador e formulador de política, como motivação e habilidade inata. Dessa forma, a comparação permitiu determinar se o programa de educação financeira levou ou não a mudanças no conhecimento, atitudes e tomada de decisões.
“O objetivo da avaliação é aplicar métodos de pesquisa rigorosos para identificar o impacto da educação financeira sobre as suas atitudes financeiras, comportamentos, tomada de decisão e bem-estar dos alunos e das famílias, além da conquista de conhecimento técnico econômico”, diz Claudia. Ela completa que, com o parecer favorável ao impacto do programa, a AEF-Brasil expandirá sua rede de parceiros para levar o projeto para toda rede pública de ensino fundamental do país.
Tanto o projeto pedagógico quanto as atividades educativas propostas foram construídas e validadas por diversos representantes do setor da educação, incluindo o Ministério da Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED).
Professores melhoram em relação a aspectos financeiros
A análise do Banco Mundial sugere ainda que, por causa dos ensinamentos obtidos por meio da metodologia da AEF-Brasil, os professores envolvidos do projeto piloto – mais de 400, dos quais 60% de Manaus e 40% de Joinville – verificaram melhoras em sua relação com questões financeiras.
Na média, 40% de todos os professores avaliam ter melhorado muito quanto a aspectos financeiros e outros 50% indicam ter melhorado em alguns aspectos, o que mostra a importância do programa também para os educadores. “Este resultado nos surpreendeu positivamente. Ele mostra a relevância do projeto para quem convive no dia a dia com diversas tomadas de decisão sobre temas financeiros, caso dos professores”, conclui Claudia Forte. “É muito gratificante termos este resultado, estamos no caminho certo. Além disso, a AEF-Brasil e o Banco Mundial farão estudo longitudinal dos últimos quatro anos do projeto”, finaliza.