Presidente da República sugere mudança nos materiais a partir de 2021 com suavização do conteúdo e distanciamento de Paulo Freire

Nesta sexta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou livros didáticos de lixo e disse que seu governo vai modificar o material distribuído nas escolas a partir de 2021. Sem especificar o tipo de ação, ele afirmou que tratou do assunto ontem (2) para começar a mudança, que terá como foco suavizar o conteúdo, por ter muita coisa escrita, além de incluir a bandeira do Brasil na capa e o Hino Nacional internamente.

“Os livros hoje em dia, como regra, são um montão de amontoado de muita coisa escrita. Tem que suavizar aquilo. Falar em suavizar, estudei na cartilha ‘Caminho Suave’, você nunca esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire”, disparou em conversa com jornalistas à frente do Palácio da Alvorada.

O presidente disse que “botou” uma matéria ontem que já começa a mudar alguma coisa. “Tem livros que eu vou ser obrigado a distribuir esse ano ainda levando-se em conta sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. A partir de 2021, todos os livros serão nossos, feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa. Vai ter lá o hino nacional.”

De acordo com jornalistas presentes, Bolsonaro falou sobre educação espontaneamente, enquanto os profissionais faziam perguntas sobre outros assuntos. O presidente fez questão de falar sobre “ideologia de gênero”, termo não reconhecido cientificamente que, para especialistas, transmite visão preconceituosa em relação à comunidade LGBT.

“Devemos buscar cada vez mais facilitar a vida de quem produz, fazer com que essa garotada aqui tenha um ensino que vá ser útil lá na frente. Não ficar nessa historinha de ideologia. Esse moleque é macho, pô. Estou vendo aqui, o moleque é macho, pô. E os idiotas achando que ele vai definir o sexo quando tiver 12 anos de idade. Sai para lá”, disse, apontando para um garotinho de cerca de 6 anos que estava no colo do pai.

Fontes: Jornal O Globo, Folha de S. Paulo e Portal G1