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Mandetta afirmou que aquisição de insumos básicos de proteção é complicada e disse que população deve ‘lutar com as armas que tem’

 

Diante da dificuldade em adquirir máscaras de proteção, o Ministério da Saúde fará uma campanha nas redes sociais para estimular a população a fazer suas próprias máscaras de pano, em uma espécie de barreira física contra o novo coronavírus (Covid-19).  O objetivo é garantir a proteção e diminuir a corrida por esse tipo de produto, garantindo a ofertas a profissionais de saúde. A previsão é que a campanha seja lançada nesta sexta-feira (3).

 

No material, o ministério vai recomendar que a população use máscaras de pano sempre que sair de casa e tenha uma reserva a tiracolo. Também é recomendável levar uma sacola para guardar a máscara suja quando precisar trocar.  A medida representa uma mudança nas orientações da pasta, que até então vinha recomendando que máscaras fossem usadas apenas por quem apresentava sintomas ou se sentisse em situação de risco.

 

Um vídeo deve ser divulgado com orientações de como cada um poderá fazer sua máscara, nos moldes de um “faça você mesmo”. As dicas: cada máscara deve ter ao menos duas camadas de tecido para ser uma barreira física eficiente. O item também deve ter elásticos ou tiras para amarrar acima da orelha e abaixo da nunca, de forma a proteger a boca e o nariz.

 

E faz a máscara com o quê? Vale tudo, dirá o ministério na campanha, em etapa de produção. O material também trará alertas. Um deles: a máscara é o uso individual. O uso deve ocorrer por apenas cerca de duas horas. Ao chegar em casa, o material deve ser lavado com água sanitária e deixar de molho por cera de dez minutos.

 

Países da Europa e Estados Unidos aderem às máscaras de TNT

O uso de máscaras de TNT pela população em geral para reduzir o contágio do novo coronavírus ganha força entre países da Europa e nos Estados Unidos. Reportagem publicada no início desta semana no jornal americano The Washington Post diz que funcionários do Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC) consideram altear as orientações oficiais para incentivar as pessoas a tomarem medidas para cobrir o rosto.
 

Apesar de não haver estudos científicos que comprovem a correlação entre o uso de máscaras e o menor ritmo de espalhamento da doença, essa atitude pode ter feito a diferença. Artigos recentes de especialistas publicados nos jornais The New York Times e no The Washington Post dizem que apesar de a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomendar o uso universal de máscaras, países que adotaram essa conduta por conta própria tiveram redução da disseminação. Uma das evidências apontadas é que Hong Kong, Mongólia, Coreia do Sul e Taiwan, onde a população já tem o costume de usar máscara nas ruas, estão com o surto sob controle.
 

Especialistas ressaltam, no entanto, que é preciso ensinar as pessoas a usarem a máscara. Por exemplo, trocá-la periodicamente, não colocar a mão na máscara usada, porque ali estão concentradas as gotículas. Também é preciso continuar fazendo todos os outros procedimentos básicos, como lavar as mãos, usar álcool e manter o isolamento social.
 

A confecção de máscaras caseiras, como já ocorre em outros países, pode ser uma alternativa para dar conta da grande procura pelo produto, enquanto a indústria não consegue suprir a demanda por profissionais da saúde. Neste caso, os infectologistas acreditam que deveria existir uma orientação de como fazer essas máscaras artesanalmente, indicando quais materiais poderiam ser usados. Muita criatividade pode ajudar o improviso de máscaras artesanais e exemplos não faltam, como o uso de camisetas e de outros tecidos e até filtros de coador de papel de café.
 

TROCA DEVE SER FREQUENTE

Como as máscaras devem ser colocadas?

É preciso estar com as mãos higienizadas, antes de iniciar o processo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a pessoa deve cobrir a boca e o nariz com a máscara e verificar se não há espaços entre o rosto e o equipamento de proteção. É importante evitar tocar na máscara durante o uso ou só fazer isso com mão limpa.
 

Como devo retirar a máscara?

Não toque na frente da máscara. A remoção deve ser por trás, evitando contato com o rosto e as roupas. Faça o descarte imediato em uma lixeira fechada e lave as mãos com água e sabão.
 

Trocas devem ser feitas de quanto em quanto tempo?

Em uso contínuo, a recomendação é fazer a troca a cada duas horas, mas ela pode ser trocada sempre que estiver úmida. Isso pode variar de acordo com as secreções e com a transpiração do paciente. Em casos de febre, por exemplo, a máscara pode ficar úmida mais rápido. Ao ficar molhado, o produto não é mais eficaz.
 

Estudo propõe que quarentena siga fluxo das internações por Covid-19

Na última semana a universidade britânica Imperial College de Londres publicou um estudo em que propõe que, para achatar a curva de crescimento da epidemia de coronavírus, seria necessário que os países impusessem medidas de distanciamento social moduladas de acordo com o fluxo de suas UTIs.  Em termos práticos, a publicação defende que a quarentena seja intensificada toda vez que as internações nas unidades intensivas pela Covid-19 aumentarem e relaxada sempre que seus leitos se esvaziem. A dinâmica poderia durar até o surgimento de uma vacina – prazo em torno de 12 a 18 meses, de acordo com especialistas.
 

Fontes: Folha De São Paulo e O Estado de São Paulo