Até 1930 quem falava pelo magistério era o governo, não era o professorado. Os profissionais da educação, que já enfrentavam uma política salarial precária, não tinham voz. Na época, existiam duas associações de professores, a Associação Beneficente do Professorado Público de São Paulo, de pouca expressão, e a Liga do Professorado Católico, de cunho religioso.

A democratização do ensino, o aumento de escolas públicas e consequente crescimento do número de professores e professoras, tornaram imprescindível a fundação de uma entidade que pudesse falar em nome da categoria e representá-la junto ao Estado. Foi nesse cenário que nasceu o Centro do Professorado Paulista, o CPP.

A primeira proposta de criação de uma associação foi de Ezequiel Ramos: um grêmio com a finalidade de apoiar a candidatura Julio Prestes à Presidência da República e eleger um representante da classe junto à Câmara Estadual. Ela foi suplantada pela do Professor Cimbelino de Freitas que propôs a criação de uma sociedade de classe sem cor política ou religiosa.

No dia 19 de março de 1930 aconteceu a reunião onde o nome da entidade foi decidido. Nos dias 22 e 30 de abril, os estatutos foram lidos, discutidos e aprovados, sendo eleito presidente da nova entidade o professor Cimbelino de Freitas. A segunda diretoria da entidade teve Sud Mennucci na presidência e Cimbelino na vice-presidência. Logo em seguida Sud foi chamado pelo governo para exercer as funções de Diretor Geral do Ensino e Cimbelino voltou a presidir a sociedade.

Paralelamente ao crescimento do patrimônio da entidade, como a aquisição de sede própria, colônias de férias, sedes regionais pelo interior do Estado, o CPP esteve presente nas lutas da categoria.

No ano de 1958, durante a presidência de Sólon Borges dos Reis, professores em passeata, reivindicaram modificações no recrutamento e na carreira, melhores salários e condições de trabalho nas escolas isoladas.

No ano de 1963, mais uma vez nas ruas, o magistério conseguiu o aumento de vencimentos por meio da Lei nº 6.805/1962. A “Campanha Mais Verbas Para a Educação” em 1975, não se restringiu ao nosso Estado, teve um caráter nacional, pois pleiteava o aumento de verba para a educação para todo o País.

Durante a presidência de Palmiro Mennucci, em 1984, por meio da “Campanha Nacional do CPP: prioridade nacional para a educação”, o magistério conseguiu que a União fosse obrigada a aplicar 13% dos impostos arrecadados na manutenção e desenvolvimento do ensino, enquanto os Estados, Distrito Federal e Municípios, 25%.
 
Movimentos mais recentes, sob a presidência do professor José Maria Cancelliero, conquistaram a incorporação das gratificações ao salário de toda a categoria (aposentados e ativos). A “Campanha Luto e Luta pela Educação” mobilizou o magistério e garantiu aumento salarial. No entanto, cada vez mais houve a “judicialização” das demandas e muitas vitórias foram alcançadas, mas, por meio de ações judiciais da entidade.  

O CPP, ao lado do magistério, nos seus 92 anos de existência, persevera na defesa de uma educação pública capaz de gerir novos conhecimentos e, ao mesmo tempo, valorizar tradições e valores nacionais, contribuindo para a formação de cidadãos e cidadãs capazes de entender e transformar o mundo positivamente.  

As referências históricas foram elaboradas a partir da sistematização da pesquisa realizada no acervo do Instituto de Estudos Educacionais “Sud Mennucci” do Centro do Professorado Paulista. Foram consultadas Atas das reuniões da Diretoria, a “Revista do Professor do Centro do Professorado Paulista” e o “Jornal dos Professores” e o acervo de fotografias.