Em sessão marcada por confusão entre estudantes e policiais militares e bate-boca de deputados estaduais, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira relatório final, responsabilizando 20 pessoas pelas fraudes nos contratos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e isentando todos os políticos citados pelos delatores no âmbito da Operação Alba Branca, entre eles o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB).

 

Único parlamentar de oposição na comissão, o deputado Alencar Santana (PT) votou contra o relatório do deputado Estavam Galvão (DEM) e apresentou um relatório alternativo no qual afirma haver indícios ainda não investigados contra Capez e outros agentes públicos e políticos poupados pela base governista de Alckmin e prejuízo de mais de 8 milhões de reais aos cofres do Estado nos contratos assinados pela Secretaria Estadual da Educação com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf).

 

A confusão começou quando o presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB), ordenou a retirada do plenário de estudantes que ocupavam a galeria e começaram a xingar deputados durante a fala do também tucano Barros Munhoz, na qual ele defendia o relatório apresentado por Galvão.

 

PMs arrastaram à força os jovens para o lado de fora. Houve tumulto e a CPI foi paralisada por alguns minutos.

 

Na volta dos trabalhos, a deputada Márcia Lia (PT) disse que tambbém foi agredida pelos PMs de Casa e teve início um bate-boca entre os parlamentares. Os mais exaltados eram Delegado Olim (PP) e João Paulo Rillo (PT), que trocaram acusações.

 

“O senhor é quem bate em policial militar”, disse Olim sobre uma confusão entre Rillo e PMs ocorrida em maio, quando estudantes invadiram o plenário da Alesp para cobrar a instalação da CPI. “E o senhor é torturador”, rebateu o petista, citando acusação feita contra o ex-delegado da Polícia Civil.

 

Só depois que os ânimos se acalmaram os deputados conseguiram votar e aprovar o relatório final, encerrando a CPI. “No decorrer dos trabalhos investigativos, o que podemos verificar com a reconstrução dos fatos, buscando a maior coincidência possível com a realidade cronológica dos procedimentos em análise, é a ausência de participação dos nomes políticos citados”, afirmou Galvão, no documento.

 

Com informações da Veja