Há na atualidade uma intensa mobilização da sociedade em relação ao tratamento de usuários de drogas.

Esse debate tem sido provocado pelo mal-estar que o consumo abusivo de drogas promove na vida nas cidades, onde as pessoas passam a conviver rotineiramente com vidas degradadas, especialmente na “era do crack”. Tal situação tem levado à exigência de respostas do Estado.

A questão gira em torno da recuperação, da reabilitação ou do tratamento do dependente químico, pautada pelo ideal de superação do uso de drogas na sociedade e pela busca de uma vida saudável sem o uso de entorpecentes.

É sabido que o uso de drogas ultrapassa culturas e acompanha o ser humano ao longo da sua história.

Mas não podemos recuar diante da necessidade de tratamento para alguns casos.

Experiências internacionais apontam duas tendências: um modelo de tratamento que busca remodelar o comportamento dos usuários pela via da abstinência, do isolamento e da tutela e outra abordagem que busca saídas possíveis por cada sujeito em liberdade.

Há um tensionamento entre as demandas da sociedade, os direitos de cidadania e os sujeitos.

Políticas públicas precisam ser construídas para dar resposta à sociedade. No entanto, nenhum tratamento é possível sem levar em consideração cada sujeito em sua singularidade, sua história e seus laços sociais.

Ponto de Vista de Aparecida Rosângela Silveira é psicóloga e coordenadora do grupo de pesquisa em Saúde Mental, Álcool , Crack e Outras Drogas da Unimontes (Universidade Estadual de Monte Carlos).

SECOM/CPP