De dominante a dominada: como controlar o diabetes com prevenção
O Ministério da Saúde instituiu 26 de junho como o Dia Nacional do Diabetes para estimular ações de prevenção e combate ao diabetes em todo o País. Segundo recentes informações do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil está no 5º lugar entre os países com mais incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
O que surpreende ainda mais é a estimativa da incidência da doença em 2030 que chega a 21,5 milhões. É um número exorbitante. São 463 milhões entre a população adulta mundial. A causa da multiplicação de ocorrência da diabetes é impulsionada por diferentes fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos.
Especialistas ressaltam que o diabetes está entre as dez principais causas de morte no mundo. Ciente dos riscos da necessidade cada vez mais iminente em transmitir os fundamentos sobre essa traiçoeira doença, o Centro do Professorado Paulista, por meio do Dr. Ciro Pedroso, Cardiologista da Sede Central da entidade, chama a atenção para os riscos e a prevenção dessa doença tão presente na vida cotidiana.
Alerta de prevenção do Dr. Ciro Pedroso, cardiologista da Sede Central do CPP:
“Caros professoras e professores, o diabetes é uma alteração muito importante para nossa saúde. Como todos sabem, é o aumento da quantidade de glicose e açúcar no sangue. Essa alteração metaólica, em geral é genética, é herdada, vem do pai, da mãe, eventualmente os irmãos também”.
Sérias alterações no organismo
É uma patologia que quando acontece leva à alterações no organismo muito graves. Por exemplo, a diabetes afeta a visão, funções dos rins, a parede das artérias, dos vasos, o que leva com frequência muito grande ao derrame, ao acidente vascular cerebral (AVC), e ao infarto do miocárdio.
São doenças graves que quando não matam deixam sequelas e prejudicam muito a vida das pessoas. Desta forma, gostaria de alertar vocês professores, professoras, que façam frequentemente exames periódicos, passar pelo médico e fazer o controle do diabetes ver a quantidade que têm no sangue.
Existem outros exames de laboratório que são muito bons e importantes para se detectar o Diabete Méritus – nome científico da doença. Existe o tratamento clínico, com dieta, exercício físico, com medicamentos via oral e, em casos mais graves, o uso de insulina.
Diagnóstico Precoce
É muito importante fazer o diagnóstico precoce da alteração de glicose no sangue, e ter orientação médica para reduzir e levar esses índices de glicose a níveis normais, a uma quantidade que não seja maléfica ao organismo. Então, periodicamente procure um médico seus clínicos, especialistas, e façam exames e tratem. Procure seguir a orientação do médico, principalmente na administração da dieta e dos exercícios físicos, e no consumo adequado da medicação prescrita. Desta forma, irão evitar doenças que levam à sequelas e, eventualmente, à uma morte precoce” explica o médico do CPP.
Convidada, a Dra. Cristiane Lauretti, endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica como a prevenção pode combater o diabetes com prudência e informação.
Tipo 2 (DM2) tipo mais comum de diabetes
O diabetes é uma doença que se caracteriza por aumento da concentração de glicose no sangue. Há vários tipos sendo o mais comum, que corresponde a mais de 90% dos casos, o tipo 2 (DM2). O DM2 tem por causa uma combinação de fatores genéticos e fatores comportamentais que implicam em resistência à ação da insulina, levando a prejuízo na função deste hormônio e, em prazo variável, à sua deficiência.
Quem está mais propenso à doença?
É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, que estão acima do peso, são sedentárias e têm hábitos alimentação não saudáveis. Descobrir a doença no seu início é fundamental. Com acompanhamento e tratamento adequado é possível evitar complicações graves, como infarto, derrame, insuficiência renal, cegueira ou amputações.
Sintomas podem se devolver gradualmente e não serem notados
O diagnóstico de diabetes depende de confirmação por exames de sangue. Os sintomas clássicos são aumento da sede, do volume urinário, perda não explicada de peso, sensação de cansaço e falta de energia, visão turva ou embaçada, problemas para cicatrização de ferimentos e infecções frequentes. É importante frisar que os sintomas podem se devolver lenta e gradualmente, de forma que podem não ser notados ou percebidos como relacionados entre si, por meses a anos, a depender de uma série de fatores, por exemplo idade e acessibilidade ao sistema de saúde. Por esta razão é recomendado rastreamento periódico de indivíduos com fatores de risco: indivíduos acima de 45 anos de idade ou, em qualquer idade, se tiverem sobrepeso (IMC acima de 25 kg/m2) ou obesidade (IMC acima de 30 kg/m2), hipertensão arterial, história familiar de diabetes tipo 2; mulheres que tiveram diabetes gestacional e pessoas que usam algumas medicações, como por exemplo os corticoides.
Atenção ao tratamento
O tratamento tem como base fundamental a mudança do estilo de vida, visando redução do peso corporal através de aumento da atividade física (ao menos 30 minutos ao dia 5 dias na semana) e mudança na alimentação. É necessário reduzir a ingestão calórica, o consumo de carnes com gorduras, embutidos, aumentar o consumo de fibras, de grãos integrais, leguminosas hortaliças e frutas e limitar a ingestão de bebidas e comidas açucaradas.
Boas novas em relação aos medicamentos
Existem diversos medicamentos para o tratamento. A excelente notícia é que nos últimos anos houve notável progresso nesta área, de forma que hoje temos boas opções de drogas via oral e subcutânea que, além de melhorar a glicemia, reduzem o peso e o risco cardiovascular.