A pandemia do novo coronavírus trouxe efeitos sociais, econômicos e psicológicos para todo o mundo. Diante disso, especialistas recomendaram a quarentena como principal forma de impedir a propagação do vírus. Apesar de serem medidas necessárias, elas tiveram impacto na saúde mental das pessoas.
SOFRIMENTO PSÍQUICO
Estudos científicos realizados em todo o mundo relatam que a quarentena pode desencadear sintomas psicológicos, sendo os mais comuns depressão, ansiedade, tristeza e raiva. Uma dessas pesquisas é a do professor Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sobre o comportamento dos brasileiros durante o isolamento. Os resultados mostram que os casos de depressão praticamente dobraram entre os entrevistados, enquanto as ocorrências de ansiedade e estresse tiveram um aumento de 80%.
A depressão é no mundo a principal causa de incapacidade entre as doenças. Alguns sintomas são a ansiedade, a perda de interesse, falta de concentração, sensação de cansaço, distúrbios do sono e do apetite e oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima.
PANDEMIA DE COVID-19
Durante uma pandemia é esperado que estejamos sempre em estado de alerta, o que pode causar preocupação e estresse. Por essa razão, acredita-se que boa parte das pessoas pode vir a sofrer alguma manifestação de sofrimento psíquico. Entretanto, nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças, de fato, pois a maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal.
5 REAÇÕES MAIS FREQUENTES DE MEDO:
- Adoecer e morrer;
- Perder as pessoas que amamos ou sermos separados delas devido ao regime de quarentena;
- Perder os meios de subsistência ou não poder trabalhar durante o isolamento e ser demitido;
- Ser excluído socialmente por estar associado à doença;
- Transmitir o vírus a outras pessoas.
5 SENTIMENTOS MAIS FREQUENTES:
- Impotência perante os acontecimentos;
- Irritabilidade;
- Angústia;
- Tédio;
- Solidão, tristeza.
ALGUMAS ESTRATÉGICAS PARA MINIMIZAR OS EFEITOS
- Reconhecer e acolher seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar;
- Retomar hábitos de cuidado que tenha usado em momentos de crise e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;
- Investir em ações que auxiliem na redução do nível de estresse: meditação, leitura, exercícios de respiração;
- Se você estiver trabalhando, fique atento a necessidades básicas: pausas, higienização, alongamento;
- Estimular a solidariedade;
- Repensar os planos e estratégias de vida, adaptando-as às condições associadas a pandemia.
- Evitar o isolamento, mantendo contato, mesmo que virtual;
- Evitar o uso do tabaco, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções.
- Buscar um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional;
- Buscar fontes confiáveis de informação como o site da Organização Mundial da Saúde.
É muito importante nos mantermos informados sobre o avanço da situação e sobre as novas orientações. Essa atitude pode ajudar a seguir as medidas de precaução adequadas. Além disso, é importante manter fontes de informação confiáveis para evitar a desinformação ou coberturas sensacionalistas.
Fique bem!
Eduardo Junqueira. Psicólogo (CRP 06/71379), trabalha no CPP.
Muito bom. Claro e objetivo. Em meio a tantas noticias, as vezes sinto me perdida. Ler algo assim traz um alento.
Obrigada e qye venha mais.
Muito lúcido e super útil seu texto! Obrigada.
Todos sofrem de ansiedade em momentos estressantes de suas vidas mas, quando começa a acontecer diariamente, ela pode rapidamente assumir o controle de sua vida.
Pensando nisso, eu compilei vários estudos sobre o assunto e criei este e-book, A Ansiedade e Sua Saúde.
https://bit.ly/ansiedadenuncamaiiss