Psicólogo Eduardo JunqueiraA pandemia do novo coronavírus trouxe efeitos sociais, econômicos e psicológicos para todo o mundo. Diante disso, especialistas recomendaram a quarentena como principal forma de impedir a propagação do vírus. Apesar de serem medidas necessárias, elas tiveram impacto na saúde mental das pessoas.
 

SOFRIMENTO PSÍQUICO

Estudos científicos realizados em todo o mundo relatam que  a quarentena pode desencadear sintomas psicológicos, sendo os mais comuns depressão, ansiedade, tristeza e raiva. Uma dessas pesquisas é a do professor Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sobre o comportamento dos brasileiros durante o isolamento. Os resultados mostram que os casos de depressão praticamente dobraram entre os entrevistados, enquanto as ocorrências de ansiedade e estresse tiveram um aumento de 80%.
 

A depressão é no mundo a principal causa de incapacidade entre as doenças. Alguns sintomas são a ansiedade, a perda de interesse, falta de concentração, sensação de cansaço, distúrbios do sono e do apetite e oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima.

 
PANDEMIA DE COVID-19 

Durante uma pandemia é esperado que estejamos sempre em estado de alerta, o que pode causar preocupação e estresse. Por essa razão, acredita-se que boa parte das pessoas pode vir a sofrer alguma manifestação de sofrimento psíquico. Entretanto, nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças, de fato, pois a maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal.
 

5 REAÇÕES MAIS FREQUENTES DE MEDO:

  • Adoecer e morrer;
  • Perder as pessoas que amamos ou sermos separados delas devido ao regime de quarentena;
  • Perder os meios de subsistência ou não poder trabalhar durante o isolamento e ser demitido;
  • Ser excluído socialmente por estar associado à doença;
  • Transmitir o vírus a outras pessoas. 

5 SENTIMENTOS MAIS FREQUENTES:

  • Impotência perante os acontecimentos;
  • Irritabilidade;
  • Angústia;
  • Tédio;
  • Solidão, tristeza.

ALGUMAS ESTRATÉGICAS PARA MINIMIZAR OS EFEITOS

  • Reconhecer e acolher seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar;
  • Retomar hábitos de cuidado que tenha usado em momentos de crise e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;
  • Investir em ações que auxiliem na redução do nível de estresse: meditação, leitura, exercícios de respiração;
  • Se você estiver trabalhando, fique atento a necessidades básicas: pausas, higienização, alongamento;
  • Estimular a solidariedade;
  • Repensar os planos e estratégias de vida, adaptando-as às condições associadas a pandemia.

  • Evitar o isolamento, mantendo contato, mesmo que virtual;
  • Evitar o uso do tabaco, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções.

  • Buscar um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional;
  • Buscar fontes confiáveis de informação como o site da Organização Mundial da Saúde.

É muito importante nos mantermos informados sobre o avanço da situação e sobre as novas orientações. Essa atitude pode ajudar a seguir as medidas de precaução adequadas. Além disso, é importante manter fontes de informação confiáveis para evitar a desinformação ou coberturas sensacionalistas.

Fique bem!

Eduardo Junqueira. Psicólogo (CRP 06/71379), trabalha no CPP.