Equipe do governo apresenta dados em coletiva de imprensa/Governo do Estado

Decisão deve ser rigorosamente seguida pelos 645 municípios do estado

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (17) o aumento da quarentena no estado de São Paulo até 10 de maio, para evitar a disseminação do novo coronavírus. Hoje, o estado registra 11.568 casos confirmados e 853 óbitos (dados desta quinta-feira). Todos os 645 municípios do estado devem seguir a medida.

De acordo com o chefe do Executivo, a medida segue recomendações científicas. “A decisão foi amparada pelo grupo de contingência do covid-19, o comitê médico composto por 15 membros, especialistas que indicam e orientam todas as decisões do estado e da prefeitura de SP”, disse Doria.

Aulas a distância começam dia 27

Ele ressaltou que infelizmente os casos estão em expansão. “As UTIs e as enfermarias dos hospitais públicos e privados estão recebendo um número maior de pacientes a cada dia e já temos alguns hospitais públicos à beira do seu limite. A atitude responsável do governo é a prorrogação da quarentena para evitar o colapso no atendimento da saúde pública e na sequência da saúde privada.”

Inicialmente, a quarentena venceria no próximo dia 22, quarta-feira. O distanciamento social está em vigor no estado desde o dia 24 de março e já havia sido ampliada uma vez. O decreto prevê o fechamento do comércio e serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery. Já os serviços considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas. 

Discutia-se se a ampliação valeria em todo o Estado, uma vez que há pressão no interior para liberar aberturas parciais do comércio em municípios onde a doença ainda não chegou. No entanto, Doria determinou que a medida vale para todas as cidades. “Não temos nenhum prazer em ampliar o período da quarentena, mas temos que respeitar a ciência. E esse período vai passar e depois vamos agir para recuperar a economia”, disse.

O infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, afirmou que a decisão de prolongar a quarentena foi unânime entre o grupo, após a análise de dados. “Esta manutenção [da quarentena] é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana de São Paulo, como da Baixada Santista, e do interior”, afirmou. 

De acordo com balanço mais recente da Secretaria Estadual da Saúde, estão internadas em UTIs 1.125 pessoas. Outros 1.259 pacientes estão internados em enfermarias. O novo coronavírus já atingiu 207 municípios do Estado.  De acordo com o secretário da Saúde, José Henrique Germann, 9.400 exames ainda aguardam resultado.

Em todo o País, o número de mortes de pessoas infectadas pelo novo coronavírus chegou 1.924, com um total de 30.425 casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

O sistema de saúde estadual e municipal já sofrem com sobrecarga em leitos de UTI, principalmente na capital e na região metropolitana.
 
Germann sinalizou que existe intenção do governo de fazer mais uma parceria com os hospitais privados, para evitar o colapso do sistema público de saúde e a falta de leitos.
 
O prefeito Bruno Covas (PSDB), que participou do anúncio da ampliação da quarentena, afirmou que existe a possibilidade de remunerar leitos do setor privado para ocupar vagas ociosas com pacientes do sistema público de saúde. Covas também falou sobre o rápido esgotamento dos leitos na rede pública. “Nossos hospitais estão ficando lotados, apesar de todo o esforço que a Prefeitura está fazendo. Nada vai adiantar, se as pessoas não seguirem as recomendações”, disse.

Covas editou um decreto nesta semana orientando a população paulistana a usar máscara quando sair de casa durante a quarentena. Conforme o documento, a orientação não inibe a necessidade de isolamento social. O uso do equipamento, preferencialmente caseiro, para deixar itens fabricados para os profissionais da saúde, deve ser ocorrer sempre que possível. 

ISOLAMENTO

A taxa de isolamento voltou a cair e ficou em 49% nesta quinta-feira (16), de acordo com o governo. O ideal para controlar a disseminação da doença, segundo Doria, é 70%. O governo afirma que uma taxa baixa de adesão pode fazer com que o número de leitos disponíveis no sistema de saúde não seja suficiente para atender a população.
 

Covas reforçou o pedido para que as pessoas não viajem durante o feriado de Tiradentes, que terá ponto facultativo na próxima segunda-feira, 20, na capital. Doria também reafirmou o pedido para que as pessoas fiquem em casa, mas disse que não haverá ações de restrição de circulação nas rodovias.