Segundo prefeito, resultado de inquérito sorológico apontou que reabertura eleva risco de contaminação por coronavírus

Medida foi autorizada pelo governo estadual para cidades que estão na fase amarela do plano de flexibilização.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, vetou nesta terça-feira (18) a reabertura das escolas para atividades de reforço a partir do dia 8 de setembro. A medida foi autorizada pelo governo do estado para as cidades que estão na fase amarela do plano de flexibilização econômica.

De acordo com o prefeito, o resultado do inquérito sorológico realizado pela prefeitura em alunos da rede municipal, aponta que o retorno às aulas presenciais, ainda que com restrições, representa uma elevação do risco de contaminação por Covid-19 no município.

“A retomada às aulas, nesse momento, para a Prefeitura de São Paulo, significaria a ampliação do número de casos, ampliação em consequência do número de internações e do número de óbitos aqui na cidade de São Paulo, razão pela qual, na cidade de São Paulo, nós não teremos o retorno das aulas em setembro, como o estado autorizou de reforço com apenas 35% das salas funcionando. Isso não ocorrerá na cidade de São Paulo”, disse Bruno Covas.

Segundo Covas, a determinação é válida não apenas para a rede pública municipal

“Estamos falando de uma decisão que vale pra toda área de educação da Prefeitura de São Paulo. Claro que cabe ao prefeito e ao secretário de educação organizar as escolas municipais na retomada das aulas, mas as decisões municipais, elas são para todos. Então nós não teremos o retorno as aulas na cidade de São Paulo”, afirmou.

Covas não descartou a possibilidade de retorno em outubro, conforme previso pelo plano estadual, anunciado no início de agosto pela gestão de João Doria (PSDB). Entretanto, disse que aguarda definições da área das áreas técnicas.

 

“O coerente é a gente tomar decisão com o respalda da área da saúde. Foi a área da saúde que determinou a suspensão e a área da saúde que vai determinar quando é o momento apropriada do retorno às aulas. Depois que a área da saúde determinar o momento apropriado, aí a área da educação vai determinar de que forma que isso vai ser feito, se vai precisar contratar mais gente, se não precisa contratar mais gente. Aqui a gente precisa dar a previsibilidade possível aos pais, professores, aos alunos, mas vamos lembrar que é uma pandemia que nós estamos conhecendo o comportamento do vírus no meio do processo.”

Mapeamento

Inquérito sorológico realizado pela Prefeitura de São Paulo aponta que 16% das crianças entre 4 e 14 anos já tiveram contato com o vírus e 64,4% das infectadas são assintomáticas. 

Ainda segundo os dados, mais de 25% do alunos moram com pessoas que têm mais de 60 anos, consideradas grupo de risco para a doença.

“Então, nós estamos falando de quase um milhão de alunos, nós estamos falando de 250 mil crianças que moram com os avôs, avós, tios, tias, com mais de 60 anos de idade e, portanto, podem agravar a disseminação da doença nessa faixa etária da população, que é o risco de maior vulnerabilidade”, afirmou Covas.

O inquérito sorológico foi realizado pela gestão municipal entre os dias 6 e 10 de agosto. Segundo a prefeitura, foram testados 6 mil alunos divididos em três fases:

2 mil alunos do Ensino Infantil (4 a 6 anos)
2 mil alunos do fundamental I ( 1º ao 5º ano, crianças de 6 a 10 anos)
2 mil alunos do fundamental II (6º ao 9º ano, crianças e adolescentes de 11 a 14 anos)
O objetivo da pesquisa é tentar descobrir, por amostragem, quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na cidade.

O exame sorológico avalia a presença de anticorpos específicos (IgM/igG). Portanto, identifica casos passados da doença. Ele é usado para monitorar a porcentagem da população que já teve contato com o vírus.

 

Fonte: G1