Estaduais usam cisternas para captação da água da chuva e promovem a conscientização dos alunos

 

No dia em que mais de 4 milhões de alunos da rede estadual de ensino voltaram às aulas em São Paulo, os avisos na entrada das escolas, aulas explicativas e a conversa com os pais foram os métodos mais usados para evitar o desperdício de água pelos estudantes.

 

Antes de as férias acabarem, a prioridade foi buscar alternativas baratas para reduzir o consumo. Segundo as escolas, a Secretaria Estadual de Educação realizou três reuniões em conjunto com a Sabesp para definir como será a comunicação, caso ocorram problemas de desabastecimento.

 

Desde 2 de fevereiro, as 2,2 mil escolas estaduais da região metropolitana de São Paulo passaram a ter um canal direto com a companhia, por meio de uma linha telefônica, para que as unidades de ensino avisem caso falte água. “Todas as estaduais estão trabalhando com a perspectiva de usar racionalmente a água. Precisamos expandir essas boas práticas para as comunidades atendidas”, disse o secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald.

 

Logo na entrada da escola Prudente de Moraes, na região da Luz, centro de São Paulo, há uma viso aos pais: “Ajude e ensine o seu filho a poupar água. Estamos nessa juntos”. “Achei muito importante porque isso deixa nossos filhos conscientes do que realmente está acontecendo na cidade. E leva essa consciência para dentro de casa também”, disse Cláudia Oliveira, de 42 anos, mãe de um aluno.

 

Cisterna. A escola, inaugurada há seis meses, é uma das 11 no Estado que apresentam o sistema de cisterna, que armazena a água da chuva e faz o reuso na descarga dos banheiros. Ao todo, são 30 mil metros cúbicos economizados por mês. “Felizmente, a água da Sabesp é secundária aqui na escola. Além da água da chuva, a cisterna também reserva água potável e isso nos dá um conforto, caso falte água”, afirma a diretora Liete Ferraz.

 

A meta da secretaria é instalar as cisternas em 2,8 mil escolas do Estado até 2018 e economizar 6,4 milhões de metros cúbicos de água. Cerca de cem instituições estão com a construção em andamento – a maioria na região metropolitana.

 

Na zona norte da capital, no entanto, o clima é de apreensão entre os pais. Patrícia Pereira, de 34 anos, tem dois filhos na Escola Estadual Padre Manoel da Nóbrega, no Jardim das Laranjeiras.  “Em novembro e dezembro, meus filhos foram liberados das aulas porque não tinha água no colégio. Isso deixa a gente preocupado com o que pode acontecer”, afirmou.

 

Particular. Em algumas instituições particulares, a crise não é motivo para preocupação. As escolas se anteciparam ao racionamento e construíram poços artesianos como reserva de abastecimento. No Colégio Bandeirantes, por exemplo, o fornecimento da Sabesp é secundário. Um poço, construído na década de 1990, garante a água para mais de 3 mil alunos.

 

“Ao consumir a água do poço, a gente faz nossa parte para preservar os reservatórios. É como se a crise não tivesse chegado por aqui”, afirmou o diretor de infraestrutura do colégio, Sérgio Boggio.

 

As informações são do jornal O Estado de São Paulo

Secom/CPP