Regiões que já estão em fase amarela há mais de 28 dias, como a capital paulista, podem abrir antes

O governo de São Paulo adiou para 7 de outubro a volta às aulas no Estado todo, mas vai permitir que as instituções que estão em regiões na fase amarela há mais de 28 dias possam reabrir seus espaços no dia 8 de setembro. Inicialmente a data seria 5 de outubro, mas o governador João Doria, segundo o jornal Estadão apurou, acabou de decidir em reunião com a equipe de saúde e educação que seriam dois dias depois.

As escolas poderão decidir se querem ou não voltar a funcionar nesses lugares. O modelo vai favorecer instituições particulares, que já se declaram prontas para funcionar, e têm feito pressão para a abertura. 

A informação foi anunciada nesta sexta-feira (7) pelo governador João Doria (PSDB) em coletiva.

 
Segundo o Estadão apurou, o prefeito Bruno Covas (PSDB) não pretendia abrir as escolas em 8 de setembro. Há uma discussão sobre se as particulares teriam a liberdade de abrir na capital com essa decisão do Estado ou não. Na prática, elas precisam de uma licença da prefeitura para funcionar. A capital paulista foi classificada na fase amarela no dia 26 de junho. 

Em pesquisa feita pela Prefeitura, 80% dos pais da rede municipal disseram que não pretendem mandar os alunos para as escolas em setembro. Escolas particulares também estão consultando os pais e, em geral, as pesquisas indicam maioria que quer voltar, principalmente nas que atendem famílias de elite. No Colégio Dante, por exemplo, 60% defendiam a retomada. Cidades do ABC, também na mesma fase, já declararam que só voltarão às aulas no ano que vem. 

O novo plano para abertura de escolas foi apresentado nesta quinta-feira, 6, pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, ao Centro de Contingência Contra a Covid-19. A regionalização da abertura das escolas já era discutida no governo há algum tempo, mas a área da educação defendia que ela levaria a mais desigualdades educacionais porque escolas públicas não abririam. A ideia agora é que as escolas que puderem abrir antes comecem com atividades de reforço e acolhimento dos alunos. 

Com a nova regra, o governo deixa a decisão de abertura na mão dos municípios e até dos diretores de escolas, que podem sofrer pressão dos pais para voltarem. Na rede pública, sindicatos de professores defendem que as escolas só retornem quando houver uma vacina para o coronavírus. 

Estão na fase amarela atualmente as regiões de Araraquara e Baixada Santista, além da capital e sub-regiões Leste, Oeste, Sul e Sudeste da Grande São Paulo, mas uma nova classificação será anunciada nesta sexta-feira por Doria. Até então, a retomada estava condicionada à permanência de todo o Estado na fase amarela da quarentena por 28 dias. Um decreto previa que, nos primeiros 14 dias, áreas que representem 80% da população do Estado precisariam estar classificadas nessa fase. Nos 14 dias subsequentes, a totalidade do território estadual teria de estar classificada dessa forma. 

Até hoje, 52,3% dos habitantes vivem em regiões que estão na fase amarela, de acordo com dados da Fundação Seade. Outros 38,7% das pessoas estão em locais com classificação laranja e 8,9% moram em lugares classificados com a cor “vermelha”, a mais restritiva, que só permite o funcionamento de serviços considerados essenciais.

 

Fonte: Estadão Educação