A intenção do governo Geraldo Alckmin de flexibilizar o currículo do ensino médio da rede pública paulista não trará uma mudança profunda na grade curricular, segundo o secretário de Educação, Herman Voorwald. Entretanto, a carga horária de algumas disciplinas poderá ser reduzida, já que o aluno, segundo o plano, poderá priorizar as áreas de seu maior interesse.
“Eu preciso dar a esse menino o entendimento de que a sua formação não deve ser estanque, com uma disciplina estanque, com uma carga horária definida”, afirmou em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo no último sábado (22).
O projeto para dar início a esse processo de mudança foi encaminhado à Assembleia. Críticos dizem que disciplinas como matemática e português podem ficar esvaziadas neste novo processo. O secretário nega.
“A estrutura do ensino médio não vai mudar. Não vou eliminar ou substituir disciplinas, não é este o conceito. O conceito é a manutenção de disciplinas, mas com a possibilidade de integrar disciplinas afins sob o conceito de áreas”, disse.
De acordo com o secretário, o objetivo é discutir a proposta no Conselho Estadual de Educação no segundo semestre. “Não pretendo iniciar absolutamente nada em 2016. A intenção é submetê-la à rede, mas não fazer isso por si só”, afirmou.
Para ele, a mudança na grade é o principal fator para impulsionar a melhoria do ensino médio na rede pública. “Esse que é o passo, o ponto fundamental”. Perguntado se formação de professores não seria uma questão secundária neste processo, Voorwald disse que a secretaria “tem um processo de formação continuada de seus profissionais”.
Secom/CPP