Ainda que os resultados alcançados pelos estudantes brasileiros no Pisa 2012 em Matemática, Leitura e Ciências estejam abaixo da média, eles sugerem melhorias no cenário brasileiro ao longo do tempo nas três áreas de conhecimento, considerada a série histórica. O interessante é que esta melhora tende a ser mais significativa entre alunos que tradicionalmente têm desempenhos mais defasados por causa do status econômico e social.

 

No entanto, não podemos comemorar, pois há muito por fazer para incrementar o desempenho de nossos estudantes. A maioria ainda enfrenta forte dificuldade para solucionar problemas matemáticos, compreender e interpretar textos, entender e elaborar explicações científicas que permitam conhecer o mundo a sua volta.

 

Por outro lado, o Pisa corrobora algumas condições importantes que vêm se desenvolvendo na educação brasileira, como a normalização do fluxo e a maior  qualificação dos professores da educação básica. Cabe também destacar que, na solução de problemas interativos que exigem lidar com o novo, tolerar dívidas e incertezas. Como os problemas da vida real são complexos, infere-se que nossas escolas estão atentas e adaptando seus currículos para desenvolver o raciocínio indutivo e dedutivo, bem como estratégias de monitoramento cognitivo entre seus alunos, fugindo um pouco daquelas tarefas em que todos os fatores estão explícitos e acessíveis.

 

Ponto de Vista de Gláucia Novaes, é pesquisadora da Fundação Carlos Chagas.

SECOM/CPP