Pedagoga e especialista em educação infantil, Fernanda King afirma que alfabetização deve começar desde cedo para garantir o pleno desenvolvimento infantil

O Brasil tem 2,5 milhões de crianças de até 3 anos de idade fora das creches, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feito a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. De acordo com o estudo produzido com dados de 2022 e divulgado este mês, apenas 30% das crianças dessa faixa etária estão matriculadas na educação infantil. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE), do Ministério da Educação (MEC), é de que até o próximo 50% das crianças estejam frequentando escolas.

A pedagoga e especialista em educação infantil Fernanda King, diretora do Petit Kids Cultural Center, afirma que restringir o acesso das crianças pequenas a uma educação de qualidade é um retrocesso social e traz consequências que não podem ser revertidas.

Segundo ela, a alfabetização deve começar desde cedo para garantir o pleno desenvolvimento infantil. “Muitos pais deixam a educação infantil de lado na primeira infância, e ela é fundamental para criar toda a base de conhecimento. É preciso levar em consideração o desenvolvimento da criança e não a conveniência ou vontade dos pais”, afirma. 

Segundo Fernanda, as crianças corretamente estimuladas desde muito cedo têm mais facilidade com o aprendizado. “A primeiríssima infância é a idade de ouro da pessoa, a fase mais importante do desenvolvimento humano”, afirma a educadora.

Fernanda defende que nessa fase, além do processo de alfabetização, o aprendizado é marcado por afeto, estímulos e boa alimentação. Ela aponta que a educação na primeiríssima infância deve ser baseada em seis marcos: olhar, falar, interagir, movimentar, ler e alimentar.