Pesquisa: apesar de se sentirem desvalorizados, professores recomendam a docência

    
Mais de 74% dos professores apontam a desvalorização da profissão na sociedade. Essa foi a conclusão do estudo “Percepção dos Professores sobre Educação”, realizado pelo Datafolha com a Fundação Lemann com mais de 1.000 profissionais de educação das redes públicas de todo o país.

Mesmo com esse resultado, mais da metade dos entrevistados recomenda a carreira de professor para um jovem, e 97%  responderam que além de gostarem da profissão se sentem preparados aos desafios enfrentados em sala de aula.

Em relação às alterações que fariam caso fossem secretários de educação, 64% responderam “valorização profissional”, seguido de “melhoria de infraestrutura” (40%) e “capacitação e formação” (28%). Apesar disso, os docentes afirmaram que indicariam a profissão aos jovens: em uma escala de 0 a 10, a recomendação da carreira de professor para um jovem teve média de 7,1 para 50% dos profissionais, enquanto 23% deles deram nota de 9 a 10.

Segundo a pesquisa, a maioria dos professores afirma que a docência foi a primeira opção de carreira (58%), sendo que 36% a escolheram pela satisfação em ensinar, 19% por gostar do trabalho com crianças e jovens e 12% para ter um emprego mais estável. Apenas 10% responderam que era pela facilidade de cursar uma faculdade e 10% por falta de outras opções.

Um ponto importante que chama muito a atenção é a manifestação da falta de preparo, na formação inicial, para dar conta das novas tecnologias educacionais: 54% disseram que não tiveram essa capacitação.

Conectividade

Os professores apontaram, também, que é imprescindível, neste momento de volta às aulas, ter escolas conectadas à internet e que isso deva ser uma das prioridades para uma boa infraestrutura escolar. Cerca de 96% dos professores responderam também que a conexão à internet torna a escola mais atraente para os estudantes.

Professores confortáveis diante da internet: 47% dizem estar sificientemente preparados para usar tecnologia em aulas presenciais. Mesmo com a evidente importância de conectar as escolas, a pesquisa com professores revelou que 15% deles continuam sem acesso à internet na escola em que atuam. Ainda assim, houve uma melhora nos resultados: em outubro de 2020 eram 29%.