Com índices de escolaridade superiores aos dos homens, as mulheres brasileiras continuam atrás quando analisados o rendimento e a inserção no mercado de trabalho. O estudo do IBGE divulgado na semana passada (31/10), mostra que além de terem menor taxa de analfabetismo, de 9,1% contra 9,8% dos homens, as mulheres chegam mais ao nível superior, com  uma taxa de 15,1% de frequência na população de 18 a 24 anos, enquanto os homens somam 11,3%. Também no ensino médio, as mulheres estão mais presentes na idade escolar certa, de 15 a 17 anos, com 52,2% de frequência, contra 42,4% dos homens. Apesar desse cenário, o rendimento mensal médio das mulheres equivalia a 68% do masculino, em 2010. Mulheres e homens têm salários parecidos no início da carreira, mas as diferenças se agravam ao longo da carreira. Em números absolutos, a pesquisa mostrou rendimento médio para os homens de R$ 1.487, contra R$ 1.074 das mulheres. Em 2000, a desigualdade era ainda maior, com mulheres recebendo 65% do rendimento médio dos homens. A taxa de atividade das mulheres com mais de 16 anos, que indica o percentual das que estão trabalhando ou procurando trabalho, cresceu entre 2000 e 2010, respectivamente. Entre as mulheres ocupadas, 19,2% têm nível superior, enquanto os homens somam 11,5%. Na outra ponta, 45,5% dos homens que trabalham não têm instrução ou declaram ter o ensino fundamental incompleto, taxa que é 34,7% entre as mulheres. Outra conclusão da pesquisa é que as mulheres são maioria em áreas de formação com menor remuneração.

Secom/CPP