Não há mais desculpa. O acordo ortográfico está em vigor desde 1º de janeiro de 2016. Depois de seis anos como período de adaptação, o acordo que padroniza a ortografia em oito países falantes da língua portuguesa está em vigor no Brasil. As novas regras são exigidas tanto em exames e provas quanto em documentos oficiais.

 

Diante disso, quem escrever “microondas”, “infra-estrutura” e “lingüiça” estará errado. O grafia correta para estas palavras, desde o primeiro dia deste ano, é micro-ondas, infraestrutura e linguiça.
Segundo Marcilene Bueno, mestre em Língua Portuguesa pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, não é novidade, na história da Língua Portuguesa, a ocorrência de alterações ortográficas. “Necessidade deste acordo, não havia. O maior ganho com isso, no entanto, é a tendência de se buscar uma única ortografia para a Língua Portuguesa, visto que, antes do atual acordo, havia duas ortografias oficiais para a nossa língua, uma proposta por Portugal e outra, pelo Brasil. E duas ortografias oficiais, sem dúvida, dificultam a aprendizagem da língua por estrangeiros, as publicações, contratos e acordos comerciais em português”, explicou.

 

Algumas das principais mudanças da grafia das palavras:

Trema
Uso abolido para todas as palavras

Acentos
. Palavras terminadas em ÔO(S) ou ÊEM perdem o acento circunflexo: voo(s) e creem.Os plurais dos verbos TER e VIR mantêm o acento (ex; elas vêm)
. Ditongos abertos ÉL e Ól em palavras paroxítonas perdem o acento agudo: ideia e assembleia. O acento permanece nas oxítonas e em palavras com uma única sílaba.
. Vogal tônica do hiato formado com ditongo decrescente perde o acento agudo: feiura. O acento permanece se o ditongo não é decrescente (ex: saída).
. Palavras homônimas perdem o acento diferencial: para e polo. O verbo PÔR e a palavra PÔDE mantêm o acento.

Hífen
Não se usa mais o hífen em:
. Palavras compostas por elementos de conexão: mão de obra e dia a dia.
. Palavras derivadas com prefixos dissílabos terminados em vogal, desde que a palavra seguinte não comece por H ou pela mesma vogal do final do prefixo: autorretrato e contraindicação.  Palavras compostas que sejam topônimas (indicam localidades) ou adjetivos pátrios não perdem o hífen (ex: sul-africano e norte-americano).
. Palavras derivadas com o prefixo CO: cofundador e coprodução
. Palavras que comecem o advérbio NÂO: não fumante e não violência.   

 

Fonte: Arraso. Piracicaba em Revista