Antecipar a alfabetização, rever o sistema de reprovação e retomar a Prova São Paulo estão entre os planos do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para o sistema de ensino municipal. O objetivo, segundo o secretário da Educação, Alexandre Schneider, é colocar a cidade no topo do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) entre as capitais até 2019.

As eventuais mudanças podem afetar uma rede que tem 547 unidades e 416 mil alunos no ensino fundamental, além das 284 mil crianças que estudam em creches. A pasta terá uma verba prevista de R$ 10,9 bilhões em 2017, o equivalente a um quinto do Orçamento total da cidade – a maior quantia entre as secretarias. 

Educação infantil

Vagas

Criar 66 mil vagas em creches em 2017 por meio de convênios – na campanha, Doria havia prometido 103 mil; ainda não há meta para os outros três anos do mandato;

Prioridade

Priorizar a criação de vagas em locais onde a demanda é maior e as famílias são mais vulneráveis; hoje, duas em cada dez vagas são reservadas para crianças com Bolsa Família – a nova gestão quer ampliar essa priorização fazendo uma busca ativa, ou seja, identificando crianças mais pobres que não tenham se cadastrado na fila;

Recursos

Arrecadar, via Fumcad (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), R$ 400 milhões para a criação de vagas em creches no modelo conveniado; empresas e pessoas físicas que doarem podem ter abatimento no imposto de renda;

Estrutura

Implantar creches em escolas do Estado, bancos ou terminais de ônibus não é descartado;

Mudança na gestão

Transformar os convênios em contratos no modelo OS (Organização Social), com regulação de agência;

Obras

Gestão não promete construção de creches além das que já estão em andamento; ampliação do número de vagas será por meio de convênios com empresas ou OSs, como já ocorre;

Pré-escola

Prefeitura não descarta construção de escolas para crianças de 4 e 5 anos, mas por enquanto não há metas;
 
Ensino fundamental

Alfabetização

Estipular como meta a alfabetização até o 2º ano, e não mais até o 3º, como ocorre hoje em São Paulo;

Currículo

Ser uma das primeiras cidades a se adequar à Base Nacional Comum Curricular, que deve ser finalizada neste ano pelo MEC; a prefeitura promete montar grupos de especialistas e grupos regionais para que montem currículo da rede e elaborem materiais;

Ranking

Alcançar até 2019 o primeiro lugar entre as capitais no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica);

Reprovação

Rever sistema de reprovação nos anos finais, com possível mudança na organização dos ciclos (ciclo do 7º ao 9º ano será mantido); hoje, o aluno passa por três ciclos, podendo ser reprovado em cinco momentos;

Revisão

Todos os alunos terão revisão de conteúdos já ensinados nos primeiros 30 dias de aula;

Avaliação

Aplicar avaliação pedagógica todo dia 30 de março, para que a rede tenha diagnóstico das turmas; escolas receberão resultados até 18 de abril;

Prova São Paulo

Recriar a Prova São Paulo, avaliação externa nos moldes do Ideb que foi encerrada na gestão Haddad; a prova será anual e aplicada por empresa escolhida por edital;

Programação

Criar currículos e curso de letramento em programação para toda a educação básica; professores de informática terão formação, e aulas devem começar em 2018.

 

Infraestrutura

Internet

Apresentar em abril plano de internet nas escolas, oferecendo conexão de cem megas em todas as unidades em 2018;

CEUs

Gestão não vai se comprometer a construir novos Centros Educacionais Unificados, mas só a terminar os oito iniciados por Haddad;

Tecnologia nos CEUs

Colocar internet wifi (de um giga) aberta a toda a comunidade e levar Fab Labs (laboratórios de tecnologia) a todas as unidades – hoje há 12, três deles em CEUs, criados pela gestão Haddad; 

Compromissos

Professores

Prefeitura garante dois reajustes já previstos em lei para os professores, em 2017 e 2018; gestão promete melhora no currículo e reforço na formação e não descarta sistema de bonificação por resultado;

Tempo integral

Expandir o ensino integral, com foco nos três primeiros anos do fundamental – política definida na gestão Haddad; ainda não há metas de número de alunos;

Escuta

Consultar alunos, pais e professores sobre o que esperam das escolas municipais.

Fonte: Folha de São Paulo